segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Cresce o número de assaltos a agências bancárias em Campinas

Segundo dados da Polícia, só este ano já foram treze ataques a instituições até novembro deste ano
Assalto na última quarta-feira (16): autoridades redefinem estratégias de patrulhamento
(Foto: Edu Fortes/AAN)

Os dois casos de roubo a banco que aconteceram ao mesmo tempo no Centro de Campinas na última quarta-feira, acenderam um alerta vermelho às polícias Militar e Civil para um problema que já estava delineado pelas estatísticas. O número de assaltos a agências bancárias mais que dobrou na Região Metropolitana de Campinas (RMC) em um ano. Foram seis ocorrências em 2010 contra 13 até novembro deste ano, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo.

As estatísticas não incluem as explosões a caixas eletrônicos, modalidade de roubo que se tornou a preferida das quadrilhas no interior do Estado — foram 18 casos só em Campinas em 2011. Diante desse quadro, e da crescente sensação de insegurança da população, as autoridades policiais redefinem as estratégias de patrulhamento na cidade e convocam os representantes das agências para montar um plano de prevenção às ocorrências em bancos.

Apesar da Polícia Militar (PM) afirmar que os roubos às agências seriam uma prática em baixa entre as quadrilhas, Campinas soma 5 assaltos até agora, um caso a menos do que as ocorrências em 2010 em toda a RMC. O porta-voz da PM em Campinas, Marci Elber Maciel Rezende da Silva, disse que os roubos da última quarta-feira foram uma surpresa e atípicos. “Os criminosos analisam duas coisas antes de agir: a facilidade de execução e a facilidade de fuga. O Centro é um local muito patrulhado pela PM. Roubo a banco a tarde não é uma tarefa fácil de ser realizada”, disse Silva.

Medo Os assaltos do dia 16 deixaram muita gente com medo de frequentar as agências. Sem a possibilidade de deixar de ir ao banco, alguns preferem enfrentar as filas no horário de pico, quando a probabilidade de um roubo é menor. “Se dependesse de mim, eu não viria nunca ao banco, mas não tem como. Hoje eu poderia vir mais tarde, quando a agência está quase fechando, mas fiquei com medo.

Acho que pior que fila é ficar em poder dos bandidos e ser feito de refém”, diz o aposentado Sebastião Cardoso, de 69 anos. O segurança Adriano Bernardo da Silva, de 43 anos, já trabalhou em agências e passou por dois roubos a mão armada. “É complicado, porque é um lugar onde os clientes não tem pra onde fugir. A gente orienta todo mundo a manter a calma, é uma situação delicada, em que o bandido já está bem nervoso. A histeria deixa ele no limite, são nesses casos em que ele atira”, explica Silva.

Para tranquilizar os clientes e funcionários e prevenir novas ocorrências, a resposta da PM aos casos começou a ser traçada na semana passada. “Estamos montando uma escala diferente de horários de patrulhamento nas regiões bancárias. Vamos reforçar o efetivo na área”, afirma o PM Marci Elber Maciel Rezende da Silva. O porta-voz diz ainda que o comando da polícia irá convocar representantes das agências bancárias de toda cidade para traçarem juntos planos de segurança, com características que se adequem a cada região.
Silva também alerta a população para como agir durante um assalto em banco.

“É uma hora que não cabe atos de heroísmo de ninguém. O melhor a se fazer é obedecer tudo o que o bandido mandar, por mais estranho que isso possa parecer” , explica o PM. Gritar ou chorar são atitudes que deixam os bandidos nervosos. “A situação já é temerária, a pessoa tem que manter a calma. E em casos de tiro, todos devem imediatamente se jogar no chão” , completa.

Cecília Polycarpo
Agência Anhanguera de Notícias

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