terça-feira, 22 de novembro de 2011

Saúde prevê epidemia de dengue para 2012

Número de casos acima do esperado entre agosto e novembro provoca alerta em Campinas

Agentes de controle ambiental e saúde instalam em caixa d\'água em casa do bairro São Bernardo
(Foto: Érica Dezonne/AAN)
A Prefeitura de Campinas já admite uma nova epidemia de dengue no município no próximo ano. Hoje, o número de casos está acima do esperado para o segundo semestre — época do ano em que diminuiu a quantidade de casos de transmissão da doença. Foram 68 registros entre os meses de agosto e novembro. A média de casos confirmados no segundo semestre nos últimos dez anos era de 26. 

Este ano, a cidade registrou a segunda pior epidemia de dengue da década. De acordo com a Coordenadoria de Vigilância em Saúde de Campinas (Covisa), até ontem 3.038 pessoas contraíram o vírus da dengue — com um caso fatal. Em 2007, quando aconteceu a pior epidemia, foram 11.259 pessoas vítimas da doença nos oito primeiros meses. 

Ontem, a pasta começou a intensificar ações de controle da dengue em várias regiões do município. Agentes municipais fizeram arrastões de criadouro, telagem de caixas d’água, retirada de pneus e busca de pessoas com sintomas suspeitos da doença. Os agentes estiveram em bairros como São Bernardo, Jardim Novo Flamboyant e Vila Industrial. As ações devem continuar nos próximos dias por outros bairros. 

Preocupação 
Campinas registra hoje 277 casos para cada grupo de 100 mil habitantes — média considerada alta pela Secretaria de Saúde. A preocupação aumenta ainda mais com a proximidade do Verão e do período de chuvas. E o fato de o município não ter conseguido interromper ou diminuir os casos da doença durante o Inverno só agravou a situação. “Campinas continuou a confirmar casos de dengue acima do esperado no período chamado interepidêmico, que são os meses mais secos e frios. Esta condição aumenta o risco de uma epidemia de maiores proporções no próximo período de calor e chuvas”, afirmou o médico sanitarista e coordenador municipal do Programa de Controle da Dengue em Campinas, André Ribas Freitas. 

Outro problema apontado pela Secretaria de Saúde é com relação à entrada em circulação do subtipo 4 do vírus da dengue no Estado, o que aumenta o número de pessoas suscetíveis à doença, ampliando o risco de casos graves e óbitos. “A circulação de pessoas em Campinas é imensa, e a chance é grande de entrar este novo subtipo da doença. A cidade não registra o tipo 4 há mais de 50 anos. A entrada dele significa o aumento do risco de gravidade e aumenta o número de casos, já que ninguém teve esse subtipo”, afirmou o médico.

Luciana Felix DA AGÊNCIA ANHANGUERA

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