Levantamento dos locais com maior risco de desastres naturais, como enchentes e deslizamento de terra, também já começou a ser realizado
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Carro e moto enfrentam alagamento na Orosimbo Maia (Foto: Cedoc/RAC) |
As ações para evitar vítimas e estragos provocados pelas enchentes, da chamada Operação Verão, serão antecipadas em 30 dias este ano pela Prefeitura de Campinas, com início previsto para 1º de novembro e término no dia 31 de março. O decreto que irá definir a função de cada secretaria e anunciar oficialmente a data do pontapé inicial deve ser publicado até a próxima semana no Diário Oficial. O documento ainda passa por elaboração para estabelecer as atribuições de cada pasta. As ações de prevenção já começaram a ser planejadas pela Defesa Civil.
Um dos principais motivos para a antecipação foi a publicação recente de um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que demonstra que o número de tempestades irá dobrar nos próximos anos. Entre as ações previstas, estão o desassoreamento de córregos, mapeamento de áreas de risco, inclusive com imagens aéreas dos açudes do município, e monitoramento de pontos de alagamento.
O diretor da Defesa Civil, Sidnei Furtado, esteve reunido ontem com o prefeito Demétrio Vilagra (PT), o secretário de Serviços Públicos, Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho, e assessores da Secretaria de Comunicação. “Foi um fator decisivo esse estudo do Inpe, pois tínhamos de 18 a 25 temporais significativos durante a Operação Verão que dávamos início em dezembro. Assim, não registrávamos os que ocorriam durante outubro ou novembro, que é quando já há início dessas chuvas mais intensas. As chuvas não esperam por decreto.”
Nos próximos 15 dias, imagens aéreas devem ser feitas por Campinas para verificar a situação dos açudes. O desassoreamento dos córregos, que já ocorre periodicamente, segundo a Secretaria de Serviços Públicos, também será intensificado com a aproximação da época chuvosa. O monitoramento através das câmeras da Central Integrada de Monitoramento de Campinas (Cimcamp) dos pontos de alagamento mais comuns, como as avenidas Orosimbo Maia e Princesa d’Oeste, por exemplo, passam a receber mais atenção.
As 98 bocas de lobo que se encontram nos pontos onde é comum a inundação por dificuldade no escoamento da água, e já estão marcadas, irão passar por limpeza. Um levantamento dos locais com maior risco de desastres naturais, como enchentes e deslizamento de terra, também já começou a ser realizado. “Queremos evitar situações marcantes na história de Campinas, como foi aquele 1º de janeiro de 1990, quando 2 mil pessoas ficaram desabrigadas, e do dia 17 de fevereiro de 2003, quando seis pessoas morreram”, disse o diretor da Defesa Civil.
Natan Dias RAC