sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Funcionários demitidos protestam em frente à Santa Casa

Com faixas e palavras de ordem, o grupo fez também um apitaço para ser atendido pelos gestores do hospital

Funcionários demitidos erguem faixa em frente à Santa Casa
(Foto: Carlos Sousa Ramos/AAN)
Cerca de 40 funcionários demitidos pela Santa Casa de Misericórdia realizaram uma manifestação em frente ao hospital na manhã desta quinta-feira (17) para cobrar o pagamento de dívidas da entidade com os 150 ex-empregados. A Irmandade de Misericórdia, que administra o hospital, deve aproximadamente R$ 3 milhões aos trabalhadores que foram mandados embora no último dia 4. Segundo a vice-presidente do SinSaúde, Leide Mengatti, seria feito um revezamento entre os manifestantes para garantir a permanência do grupo na frente da Santa Casa até um posicionamento dos administradores quanto ao pagamento das multas rescisórias, dias atrasados, extras e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) que não é recolhido pela entidade desde 1974. 

Com faixas e palavras de ordem, o grupo fez também um apitaço para ser atendido pelos gestores do hospital. 'Só iremos sair daqui quando tivermos um posicionamento de quando vão nos pagar. Há 110 pessoas que nos entregaram documentos para que possamos entrar na Justiça do Trabalho', afirmou a vice-presidente do sindicato. Além do pagamento, ela disse que o SinSaúde quer também o afastamento da diretoria atual. 'Não há mais credibilidade. Lá dentro tem 350 trabalhadores que terão que receber seus salários e o que há é uma insegurança absoluta sobre o futuro já que os gestores afirmam que não têm dinheiro' , explicou Leide. 

Segundo ela, o sindicato também irá propor uma ação civil pública ao Ministério Público do Trabalho (MPT) para que os bens da Irmandade sejam utilizados para o pagamento das dívidas que a Santa Casa possui com os ex-funcionários. 'Há o caminho político e o de pressão. A Santa Casa é uma entidade filantrópica' , disse. A técnica de enfermagem Cláudia Aparecida da Silva, de 37 anos, trabalhou por 11 anos e meio na Santa Casa e contou que faltam medicamentos e muitos outros produtos de higiene, além da estrutura precária para se trabalhar. 

'Falta medicamento de base para o paciente que tem o tratamento prejudicado com isso. Disse para a chefe de departamento que eu não era conivente com aquilo. Falta lençol, fralda, sabão, álcool, papel e pano para fazer a limpeza. Isso eleva muito o nível de infecção. A padaria que fornecia o pão só não cortou a entrega por respeito aos pacientes. Não sei como isso ainda está aberto' , relatou Cláudia.

A assessoria de imprensa da Santa Casa de Misericórdia informou que dialogou com o MPT e que a sugestão dos promotores foi de que o pagamento fosse feito primeiro aos que têm salários menores. Ainda de acordo com a assessoria, o pagamento pode ser feito a qualquer momento, como pode demorar um mês para que a operação financeira que a Irmandade aguarda seja concluída. A Santa Casa informou que não tem condições de firmar um compromisso com o estabelecimento de uma data pré-determinada com o sindicato.

Natan Dias DA AGÊNCIA ANHANGUERA 

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