O BRASIL é reconhecido mundialmente pelas suas belezas naturais, bom
futebol, imensidão de sua floresta amazônica e também pela excelente
receptividade do povo brasileiro com todos aqueles que aqui
desembarcam. Talvez seja por esse motivo que sejamos considerados
pacíficos. Às vezes pacíficos até de
mais.
Com as atuais dificuldades pelas quais o
país está passando, seja na esfera política, econômica ou mesmo social, associada à crise moral e ética que se arrasta por décadas e porque não dizer
séculos, seria difícil acreditar que o povo brasileiro não as encarasse de
forma tranquila e paciente, sem esboçar nenhum tipo de manifestação violenta.
Porém, da mesma forma que existe no mundo inteiro, extremistas radicais que
fazem de sua ideologia um motivo para dizer que os fins justificam os meios, no BRASIL talvez eles também existam.
No último dia 13 de setembro, domingo, um grupo extremista que se auto
intitula “Movimento Insurgente Anarquista – MIA” assumiu a autoria de um
atentado contra uma agência bancaria do banco Itaú na cidade de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, que fica a menos de 100 Km do maior centro econômico
do país e uma das maiores cidades do mundo, São Paulo.
Talvez isto acenda uma luz amarela para as autoridades que acompanham este
tipo de acontecimento, talvez chame a atenção dos políticos, que no alto de seu
pedestal parecem estar alheios e não acreditam que esse tipo violento de
reivindicação possa acontecer em seu mundinho de faz de conta, e talvez, ainda,
nada aconteça. Uma coisa é certa, o povo brasileiro está ficando cansado
de tanta passividade.
Manifesto do – MIA
(MOVIMENTO INSURGENTE ANARQUISTA) extraído da internet (http://pastebin.com/HG843dSG)
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imagem do panfleto divulgado pelo grupo |
"Nós temos essa fantasia que os nossos interesses e os interesses
dos super-ricos são os mesmos - como se, de alguma maneira, os ricos
eventualmente ficarão tão cheios que explodirão, e os doces choverão para o
resto de nós. Como se eles fossem um tipo de piñata de benevolência. Mas eis a
verdade sobre as piñatas: Elas não se quebram sozinhas. Você tem que bater
nelas com um bastão."
O recente ataque à uma agência bancária do Bradesco ressaltou certa
dúvida na mídia corporativa joseense. De fato, a bomba alocada no terceiro
caixa não explodiu. A intenção, de longe, como noticiado em certos veículos,
era a apoderação do vosso podre dinheiro. Afinal, uma bomba de 5 litros de
gasolina, com óleo e aditivos, jamais explodiria um caixa eletrônico.
Nossa intenção era queimar um dos inúmeros templos do Capital que hoje se
erguem como tentáculos em toda esquina.
Na noite do dia 13 de Setembro, incendiamos novamente uma agência
bancária. Desta vez, Itaú. Banco que apenas no segundo trimestre de 2015 obteve
um lucro pornográfico de R$ 5,9 bilhões.
Ao que parece, lucrar em cima de juros e especulação do trabalho alheio,
é a única coisa que de fato continua a mover a já enferrujada engrenagem da
superestrutura capitalista. Insanidade de nossos tempos onde a crise recai
sobre os mais fracos, enquanto os de cima festejam às nossas custas. Ao ataque
em cima das classes baixas, chamam de "ajuste". Ao ataque às classes
altas, chamam de "terrorismo".
Como se não bastasse a gerência fantoche de Dilma Rousseff atacar os trabalhadores
com duras medidas de austeridade, desinvestimento e cortes em programas
sociais, ainda temos de engolir um congresso lotado de ratos e vermes -
parasitas de todas as estirpes - enchendo o bucho de dinheiro provindo do lobby
de corporações, empresas, bancos e do agronegócio. Engravatados agindo em prol
de interesses excusos aos anseios do povo. À isto, costumam chamar de
"democracia".
A democracia representativa - capitalizada e financeirizada até a raíz -
nada mais é do que a analogia de um jantar canibal: a cada 4 anos, votamos para
escolher com qual molho seremos comidos vivos.
Ao governo pelego, cínico e traidor de Dilma Rousseff, ressaltamos: Não
há golpe a caminho. Sua gerência beneficia justamente os setores que depuseram
Jango e Getúlio no século passado. Não há o que temer, visto que os setores
golpistas de outrora agora estão muito bem saciados, ainda mais protegidos sob
o manto de um "governo social". Não há sequer uma democracia a ser
defendida. O regime político das quebradas, periferias e favelas do Brasil
sempre foi o militar; a ditadura. Não queremos escolher o molho. Queremos sair
do forno e decapitar o cozinheiro.
O Estado, ao visualizar o futuro colapso do sistema capitalista não tão
distante, inicia sua jogada, como em um tabuleiro de xadrez, colocando os
cavalos e peões a protegerem o Rei. Do Brasil à Espanha - passando pela Itália,
Irlanda, Portugal ou Grécia - o que se vê é o desespero das classes dominantes
a posicionar o aparato de repressão mais uma vez em posição de ataque contra a
juventude e os trabalhadores.
A lei antiterrorismo que hoje é pautada em congresso, não está muito
longe do que a alguns anos atrás costumavam chamar de censura. Em nome da
"segurança", mais uma vez atiram na liberdade. É mais uma tentativa
de calar aqueles que não aceitam o jugo de ferro da austeridade, resultante da
festa inacabável dos de cima. Se somos terroristas por queimarmos uma agência
bancária? Sim, somos. Porém não mais terroristas que aqueles, sob ordem direta
do Estado, chacinam negros e pobres na periferia. Não mais terroristas que
aqueles que batem em professores ou grevistas. Não mais terroristas que aqueles
que vendem gás lacrimogêneo, mísseis ou armas para o cruel regime sionista de
Israel. O verdadeiro terror é imposto de cima para baixo, a partir daqueles que
de fato possuem instrumento e dinheiro para aplicar o terror como método de
dominação social e financeira.
Queimar uma agência bancária, meus camaradas, nada mais do que é a reação
direta de décadas daquilo que vocês costumam chamar de "paz social",
à qual nós preferimos denominar "silêncio dos oprimidos".
É evidente que isso teria hora para acabar.
Continuaremos a incendiar e sabotar tudo aquilo que represente o
sustentáculo da vossa fortaleza, erguida sob sangue e suor alheio. De bancos à
palácios de Reis; das Corporações às casas de Senadores, Prefeitos ou
Presidentes.
Porém, ressaltamos que a ideia de destruir a superestrutura e colocar em
seu lugar uma nova ordem social baseada na igualdade e liberdade, a partir da
simples queima de agências bancárias, não é algo factível. Temos ciência de que
tais ações constituem apenas um clamor, um grito de desespero às massas
dormentes que tentam olhar para cima com o sonho de um dia se tornarem chefes
ou patrões, enquanto a realidade é que embaixo, seus pés estarão sempre
amarrados em correntes de ferro.
Há uma célebre frase de Henry Ford, um dos patronos do atual sistema
capitalista, que declama: "É satisfatório que as pessoas não entendam o
sistema bancário ou monetário, pois do contrário, creio que haveria uma
revolução amanhã de manhã."
Iniciaremos nossa jornada de ataques às corporações e bancos, causando o
máximo de dano com o mínimo de risco. O alvo da revolução e do caos edificante
não é o trabalhador ou a senhora que limpa o chão do burguês por algumas
migalhas, mas sim contra o sistema que permite a existência deste tipo de
relação desigual.
Alguns podem argumentar que, ao incendiar um banco, estamos ao mesmo
tempo causando dano aos de cima e aos de baixo, ao privar os segundos de acesso
à processos rotineiros que exigem uma agência bancária. À estes, apresentamos a
História e sua cruel verdade: mudanças estruturais exigem sacrifício.
Aos que se inspirarem em nossas ações, conclamamos que se organizem
regionalmente e iniciem suas ações. Duas pessoas e alguns litros de gasolina
podem impor à ordem social um caos que mil ou cem mil pessoas pacíficas e
obedientes jamais o fariam.
Organizem-se em células autônomas do MIA ou qualquer outra insurgência
revolucionária. Façam do fogo e da pólvora o vosso grito de guerra.
Ademais, não dêem ouvidos aos âncoras de mídias subservientes ao
imperialismo - todos filhos de alma daqueles que um dia chacinaram indígenas em
solo brasileiro. Acumuladores de ouro e capital, indiretos genocidas que matam
a pauladas o supremo elo de humanidade que ainda nos resta: a Verdade.
A mídia sempre atacará aos subversivos com todo o seu arsenal midiático.
Basta folhear alguns jornais ou assistir à alguns minutos de qualquer canal de
televisão para observar que seus patrocinadores logo explicam a coqueluche
raivosa de certos âncoras. Quase como cães de guarda, fazem o possível para
manter intocada a imagem de Bancos, Empresas ou até nações, que continuam a
financiar os meios de comunicação no Brasil, em um tipo de relação que muito
lembra o feudalismo.
Clamamos: Não confiais em Reis, Pastores, Mídias ou Banqueiros. Toda a
autoridade representa um entre centenas de pilares que sustentam nossa miséria.
O ataque de hoje dá início ao longo ciclo de uma futura guerrilha urbana,
prolongada e anarquista, que se inicia no Brasil como fogo de palha.
A única verdade e o único Deus reside em ti e em tudo que de vivo há em
nosso redor.
A riqueza, a burguesia e o Estado são apenas tigres de papel.
Não mais guerras entre povos para enriquecer vermes em bunkers de outro
continente!
Não mais suor para encher o bolso de parasitas! Faremos das bombas e
sabotagens nossa única voz perante as injustiças!
- MOVIMENTO
INSURGENTE ANARQUISTA
13 de
Setembro de 2015