terça-feira, 25 de outubro de 2011

Greve na Santa Casa prossegue por tempo indeterminado

Com um déficit orçamentário de aproximadamente R$ 500 mil por mês, a instituição pagou apenas metade dos salários aos funcionários, no último dia 5 de outubro

Santa Casa Irmandade de Misericordia, em Campinas
(Foto: Carlos Sousa Ramos/AAN)
A greve dos servidores da Santa Casa de Campinas entrou na segunda semana e deve prosseguir por tempo indeterminado. Com um déficit orçamentário de aproximadamente R$ 500 mil por mês, a instituição pagou apenas metade dos salários aos funcionários, no último dia 5 de outubro. Hoje, o hospital atende apenas com 30% do seu efetivo total e 60% dos funcionários da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), como determina a legislação. Os pacientes eletivos estão sendo orientados a procurarem por outro hospital. 

O provedor da Irmandade de Misericórdia, Murillo Antônio Moraes de Almeida, afirmou que na última sexta-feira conseguiu pagar o salário integral de 290 trabalhadores, mas outros 210 continuam apenas com os 50% pagos no início do mês. A instituição informou que aguarda o recebimento de recursos devidos. “Temos um crédito da Caixa Econômica para receber, que deve entrar nos próximos 15 dias, e temos que receber da Prefeitura. Se ela me pagar hoje, repasso amanhã mesmo aos funcionários”, afirma. 

De acordo com a vice-presidente do sindicato, Leide Mengatti, os trabalhadores não irão retomar as atividades sem que os salários sejam pagos integralmente a todos os funcionários. “Na sexta-feira, os trabalhadores fizeram um manifesto e enviaram à irmandade, pedindo que ela tome uma atitude e que eleve os trabalhadores a uma condição humana e digna. Eles não têm fundo de garantia, não têm férias e agora não recebem os salários, que é o básico. Não há condições de eles continuarem nessa situação precária”, afirma. 

A Santa Casa vive um impasse com a Prefeitura em torno do valor do aluguel do Pronto Atendimento (PA) Centro – na Rua Barreto Leme, dentro do prédio da Santa Casa. O imóvel foi avaliado pela Santa Casa em R$ 52 mil, mas a Prefeitura avalia em R$ 27 mil. Enquanto não há um acordo, o pagamento da locação está suspenso há quase oito meses. 

A Santa Casa também está sem o repasse integral do governo federal, no valor de R$ 540 mil. O contrato da Santa Casa com o SUS é de metas e a instituição precisa ultrapassar 85% de atendimento para conseguir receber esse valor integralmente. De acordo com Almeida, pela dificuldade do cumprimento das metas estabelecidas, em média é pago um valor mensal de R$ 320 mil. “Entendemos que a reivindicação dos trabalhadores é justa, mas a paralisação compromete ainda mais o faturamento futuro do hospital e o cumprimento das metas”, diz.

Inaê Miranda DA AGENCIA ANHANGUERA

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