quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Gaeco investiga conexão entre fraudes em Campinas e Limeira

Promotores de Piracicaba encontraram contrato milionário da prefeitura campineira com empresa investigada

Os promotores de Piracicaba informaram nesta terça-feira (29) que vão enviar ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado) campineiro um contrato milionário firmado entre uma das empresas investigadas no esquema de corrupção em Limeira e a Prefeitura de Campinas. O documento foi localizado entre os objetos apreendidos durante a operação do MP piracicabano, que admitiu pela primeira vez o envolvimento de dinheiro público no esquema e mencionou contratos com outras duas prefeituras da região.

“Há o envolvimento de dinheiro público. Desde o início nós tínhamos esta certeza”, falou o promotor Antônio Carlos Guimarães Júnior, que explicou que a promotoria ainda está analisando estes contratos assinados com as empresas tidas pelo MP como de “origem extremamente duvidosa”. Por enquanto, ainda não ficou constatada nenhuma irregularidade de acordo com os promotores.

As outras prefeituras citadas nominalmente pelo Gaeco nesta terça foram as dos municípios de Holambra e Santa Bárbara d´Oeste.

“Nós apreendemos documentação fiscal de venda da empresa Fênix com várias prefeituras do Estado de São Paulo. No caso da Prefeitura de Campinas, a documentação será entregue ao promotor Amauri Silveira Filho para que se cheque a legalidade destes contratos porque não são valores irrisórios”, afirmou o promotor Luiz Alberto Segalla Bevilacqua.

As denúncias de fraudes em Campinas culminaram na cassação do prefeito Hélio de Oliveira Santos, no dia 22 de agosto. Na semana passada, ele impetrou recurso no Tribunal de Justiça para tentar voltar ao poder.

No caso de Limeira, a investigação recai sobre pessoas diretamente ligadas ao prefeito Sílvio Félix (PDT) afastado por 90 dias do cargo pela Câmara de Vereadores. Na última quinta-feira, foram presas temporariamente 12 pessoas, entre eles, a primeira-dama, Constância Berbert Dutra da Silva, e os dois filhos do casal, Maurício e Murilo Félix.

A suspeita do MP é de que a primeira-dama e o ex-assessor do prefeito, Carlos Henrique Pinheiro, criassem empresas em nomes de laranjas, que, em seguida, deixavam a sociedade e passavam a firma para o nome de familiares do prefeito investigados por enriquecimento ilícito e sonegação fiscal.

Na noite desta segunda, todos os 11 investigados que permaneciam presos em Limeira foram liberados. O MP pretende concluir o inquérito dentro de 60 dias para apresentar a denúncia formalmente à Justiça. Neste período, caso haja intenção de atrapalhar as investigações, as prisões podem ser novamente solicitadas pela Promotoria.

EPTV

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