segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Projeto obriga reciclagem de resíduo de construção

De 3,5 mil toneladas de resíduo de materiais de construção produzidas hoje, 1,2 mil são reaproveitadas

Maquina de reciclagem de detritos da construção civil quebrada na usina de reciclagem do Delta 1
(Foto: César Rodrigues/AAN)

Todo o resíduo de materiais de construção produzidos em Campinas terá que ser reciclado a partir da aprovação do plano integrado de gerenciamento de resíduos da construção civil em tramitação na Câmara. O plano, que define critérios de destino dos materiais, seu correto transporte e disposição, prevê multas de R$ 176,96 a R$ 176,9 mil aos infratores. 

A obrigatoriedade de reciclagem vai exigir da Prefeitura investimentos em máquinas para ampliar sua capacidade de aproveitamento desse resíduo — atualmente, das 3,5 mil toneladas diárias produzidas na cidade, são recicladas apenas 1,2 mil, que são utilizadas na manutenção de ruas e estradas vicinais não pavimentadas.O restante das 2,3 mil toneladas diárias é jogado em rios e terrenos baldios trazendo impactos ambientais ou vai para um aterro particular que está quase esgotado. 

Tijolos, telhas, pedras, ferro, madeira, enfim, os resíduos de demolição, reformas e construção são um dos grandes problemas ambientais de Campinas, segundo o diretor de Desenvolvimento Sustentável da Secretaria de Meio Ambiente, Júlio César Tosello. “A ideia é reciclar o máximo possível e coibir a prática de descarte incorreto.” Por isso, a multa é alta. O gerador do resíduo é o responsável pelos materiais. Se ele contrata caçamba tem que garantir que o conteúdo será levado ao local correto. 

As possibilidades são várias. Há 20 áreas, chamadas de ecopontos, em diversos pontos da cidade utilizadas para o descarte regular dos resíduos sólidos urbanos depositados pela própria população. Cada ecoponto possui caraterísticas da região na qual ele está instalado, possuindo, em média, quatro caixas metálicas (caçambas), um conjunto de conteineres para lixo reciclável, uma caixa para lâmpadas fluorescentes, uma para pilhas e baterias e ainda uma para lixo eletrônico. 

O ecoponto funciona também como uma nova área de lazer para as pessoas, já que o projeto recupera áreas públicas transformando-as em praças, com playground e até campos de futebol de areia. Esses ecopontos surgiram após levantamento do Departamento de Limpeza Urbana (DLU) que constatou a existência de 280 locais irregulares de descarte. 

Os resíduos também podem ser levados para Unidade Recicladora de Materiais (URM) que fica próximo do Aterro Delta — a máquina que tritura os materiais quebrou há dez dias e está parada. Outro lugar para levar os resíduos é o aterro particular. Como o local particular está se esgotando, a Prefeitura está se preparando para adquirir mais uma máquina que tritura os resíduos e poder dar conta das 3,5 mil toneladas produzidas na cidade. “Nos últimos três anos, com o crescimento da construção civil, a quantidade de resíduos aumentou demais”, disse o diretor do DLU, Marcelo Cominato. 

O plano integrado prevê uma rede pública de pontos de entrega para pequenos volumes de resíduos da construção civil implantada em bacias de captação de resíduos, além de uma rede de áreas para recepção de grandes volumes, composta de áreas de transbordo e triagem e de reciclagem e aterros de resíduos da construção civil. 

Também está previsto um sistema de informações de acesso telefônico para atendimento aos geradores e transportadores de resíduos de obras e ações integradas relativas à informação e educação ambiental da população, dos transportadores de resíduos e das instituições sociais multiplicadoras.

Maria Teresa Costa - Agência Anhangüera de Notícias

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