sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Sarney marca sessão do Congresso e requerimento da CPI do MST deve ser lido na quarta

O Globo
Adriana Vasconcelos - O Globo; Agência Brasil

BRASÍLIA - O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), cedeu à pressão e marcou para a próxima quarta-feira, às 10h, sessão do Congresso Nacional, na qual deverá ser lido o requerimento de criação da CPI do MST. A oposição pretende protocolar o pedido de criação da CPI na terça-feira, véspera da sessão. O objetivo é dificultar uma nova ação do governo para enterrar mais uma vez a investigação.
" Será muito difícil que o governo consiga impedir a criação da CPI "
- Desta vez, vamos preservar ao máximo os parlamentares que assinaram o requerimento, para que eles fiquem o mínimo possível sujeito às pressões do Planalto para que retirem o apoio. Será muito difícil que o governo consiga impedir a criação da CPI. Até porque a adesão da maioria foi voluntária e o desgaste foi grande para os que tiraram a assinatura do outro requerimento - confirmou o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
Sarney foi convencido a marcar logo a sessão do Congresso Nacional, após uma conversa com o líder do DEM, senador José Agripino (RN). O presidente do Senado, até então, vinha argumentando que só marcaria a reunião se houvesse uma pauta que a justificasse.
- O presidente do Senado atendeu a um fato que se impunha. Não está fazendo nenhuma concessão. As cenas da derrubadas das laranjeiras provocaram indignação nacional e, se não gerassem uma CPI, provocariam uma frustração nacional - observou Agripino.
O DEM aposta que a CPI deverá estar instalada antes do fim de outubro e adianta que deverá reivindicar um dos cargos de comando da comissão: a presidência ou relatoria. Entre as prioridades da investigação, o partido aponta o financiamento público e internacional do MST.
Até a tarde desta quinta-feira, 190 deputados e 34 senadores já haviam assinado o documento. O número de apoios exigidos na Câmara é de 171 e no Senado, de 27. A invasão e destruição de um laranjal da empresa Cutrale, no interior de São Paulo , deu novo fôlego à oposição para pedir a CPI.
Na primeira tentativa de criação da CPI, houve retirada no último dia de prazo e, por falta de três nomes, o requerimento foi arquivado . Agora, parlamentares favoráveis à comissão querem garantia absoluta de que nenhum nome será retirado.
Apesar de já ter feito um discurso inflamado contra a demonização do MST, na quarta-feira, Sarney criticou a retirada de assinaturas.
- Toda vez que temos CPI, isso ocorre. Lamentavelmente. Uma vez assinado, não deveria poder retirar, mas isso faz parte das práticas políticas dentro do Congresso.
Tarso admite que MST pode ter cometido crime ao destruir laranjal
O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou pela primeira vez que integrantes do MST podem ter cometido crime ao invadir e depredar o laranjal . Segundo o ministro, os supostos crimes estão sendo investigados pela Polícia Civil paulista.

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