terça-feira, 13 de setembro de 2011

Obra despeja pacientes para área descoberta no Mário Gatti

Parte do Pronto Socorro do hospital foi interditada porque o piso estava cedendo

Corredor ao ar livre, onde está localizado o necrotério, é usado também para transportar roupas sujas e coletas de resíduos infectantes
(Foto: Carlos Sousa Ramos/AAN)

Os pacientes que chegam na emergência do Pronto-Socorro (PS) do Hospital Municipal Dr. Mario Gatti (HMMG) e precisam fazer uma tomografia, raio-x ou serem encaminhados para o centro cirúrgico, estão sendo levados para esses setores pelo lado de fora do hospital. O motivo: uma parte do PS foi interditada, porque o piso estava cedendo. Dessa forma, pessoas em estado grave, entubadas, com fraturas, enfartando, entre outras, passam por um corredor ao ar livre, onde está localizado o necrotério do Mario Gatti, e usado por funcionários para transportar roupas sujas e coletas de resíduos infectantes. 

Os funcionários do PS contaram que há cerca de um mês os pacientes foram retirados às pressas das salas vermelha e amarela do hospital porque havia o risco do chão ceder e que, a partir disso, todo o trânsito passou a ser feito pelo lado de fora. Ninguém tinha autorização de pisar nas salas porque, a qualquer momento, a área poderia vir abaixo. 'O chão estava uma podridão, qualquer um podia ver. Agora que eles fecharam toda a área e não dá mais para acessar ou saber como está a situação. Como também não sabemos se está sendo consertado' , disse um funcionário. 

A reportagem do Correio esteve no local e ficou cerca de duas horas observando o corredor improvisado. Durante esse tempo, cinco pacientes foram levados em macas de um lado para o outro, além de um homem em uma cadeira de rodas. Uma mulher, em estado grave, passou pelo corredor inconsciente, entubada, e foi direto para o centro cirúrgico. Os pacientes que precisam apenas fazer raio-x, por exemplo, passam pelo corredor duas vezes. 

Além disso, dois carros de funerárias estacionaram na entrada do corredor para buscar dois corpos no necrotério. Os veículos fecharam completamente a passagem e alguns funcionários, que estavam levando caixas de coleta, tiveram que esperar os carros saírem. 'É sempre assim. Se fosse uma emergência, teria que pedir para tirar o veículo correndo para passar com o paciente. Sem contar que o local é sujo e os funcionários usam a laje do necrotério para fumar, bem próximo ao local onde os pacientes passam. As pessoas passam com comida por aqui e vão para a cozinha, ou seja, todos passam por aqui' , disse uma auxiliar de enfermagem do Mario Gatti. 

Um funcionário foi questionado pela reportagem sobre o transporte dos pacientes quando está chovendo, já que parte do trecho é descoberto, e ele informou que 'é feito do mesmo jeito que você está vendo agora.' 'Não tem por onde passar. Esse é o único caminho. Tudo isso porque eles não fazem uma reforma decente no espaço. A diretoria mesmo fala em reuniões que o centro cirúrgico não vai ganhar reforma, só será maquiado' , disse o funcionário. 

Questionada sobre o prazo para terminar as obras das salas de espera do pronto-socorro adulto e infantil, e sobre os problemas enfrentados pelos pacientes que ficam expostos ao tempo no local, a assessoria de imprensa do hospital não se manifestou.

Fábio Trindade Grupo Rac

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