quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Propaganda custará R$13,5 milhões

Retirado de "O Globo"
Por Jailton de Carvalho

BRASÍLIA. A campanha publicitária lançada pelo governo há dez dias, numa tentativa de obter novas informações sobre desaparecidos políticos na ditadura militar, custará R$13,5 milhões aos cofres públicos. Esta é a verba que a Secretaria de Comunicação da Presidência reservou para bancar a campanha por dois meses, na TV, em rádios, jornais, sites e revistas. Com três filmetes, fotos e cartazes, o governo espera estimular a sociedade a fazer doações de arquivos ou revelar informações que ajudem na localização dos mortos ou permitam o esclarecimento de passagens da ditadura.
O apelo é para que documentos ou testemunhos sejam encaminhados ao Centro de Referência de Lutas Políticas no Brasil (1964-1985) - Memórias Reveladas, com sede no Rio. Segundo Vicente Ferreira, um dos dirigentes do centro, a instituição está recebendo, desde o lançamento da campanha, uma média de 60 e-mails por dia, com conteúdos que vão desde críticas à campanha até relatos detalhados da repressão. O centro já teria recebido dados sobre desaparecidos no Araguaia, em Brasília e outras regiões do país.
Entre os relatos que mais chamaram a atenção estão referências à suposta desova, pela repressão, de corpos de militantes no Atlântico. A prática, comum nas ditaduras militares da Argentina e do Uruguai, teria como objetivo inviabilizar buscas e manter crimes impunes. O material será encaminhado à Secretaria Nacional de Direitos Humanos, que os analisará.
- Temos recebido relatos de gente que ouviu falar e de gente que teria tido participação acessória na repressão. Sobre pessoas lançadas ao mar, são relatos de gente que ouviu falar - diz Ferreira.
A página do centro, que recebia 6 mil visitas por mês, já foi acessada 5 mil vezes desde que os primeiros filmetes da campanha foram lançados.

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