quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Vitória da mobilização - Após 14 dias de greve, bancários arrancam proposta da Fenaban com aumento real e PLR maior

Por Contraf/CUT


Depois de 14 dias da greve em todos os 26 estados e no Distrito Federal, a Fenaban apresentou ao Comando Nacional dos Bancários uma nova proposta na rodada de negociação desta quarta-feira, 7, garantindo reajuste salarial de 6% em todas as verbas e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) maior e com uma regra mais simples e justa do que a do ano passado.
O reajuste de 6% contempla um aumento real de 1,5% em relação à inflação calculada pelo INPC entre 1º de setembro de 2008 e 31 de agosto de 2009, que foi de 4,44%. Anteriormente, a Fenaban havia proposto um reajuste de 4,5%, o que foi rejeitado por todos os bancários.
A PLR mantém a distribuição de até 15% do lucro líquido, através da regra básica nos moldes do ano passado e da mudança da parcela adicional que, ao invés de ser apurada com base na variação do crescimento do lucro, passa a ser um valor distribuído linearmente para todos os funcionários (veja os valores abaixo).
A proposta ainda garante a ampliação da licença-maternidade para 180 dias para as funcionárias de todos os bancos e a isonomia de tratamento para casais homoafetivos, que passam a gozar dos mesmos direitos previstos na Convenção Coletiva."A proposta é resultado da força da greve da categoria e contempla ganho real de salários, o que temos conquistado em todas as campanhas desde 2004. Além disso, a regra de PLR proposta representa um avanço em relação à fórmula do ano passado, sendo mais simples e transparente. Pela proposta, a parcela adicional não será mais vinculada ao crescimento do lucro. Com isso, não existirá mais o risco de que os bancários não recebam esta parcela, exceto se não houver lucro, o que sempre existiu. Esse novo modelo de PLR define uma regra mais clara e justa", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.
Avaliação do Comando Nacional dos BancáriosO Comando considera que houve avanços em relação à primeira proposta da Fenaban, no dia 17 de setembro, que previa apenas a reposição da inflação do período e rebaixava a distribuição da PLR até 4% do lucro líquido dos bancos. A nova proposta garante aumento real de salário e mantém a distribuição de até 15% do lucro líquido na PLR através de uma fórmula que trará mais ganhos para os bancários com a alteração da parcela adicional.
A orientação do Comando Nacional é pela aprovação da proposta nas assembléias dos bancários de bancos privados que serão realizadas nesta quinta-feira, 8, pelos sindicatos em todo o país.
Banco do Brasil - Em negociação na noite desta quarta-feira, o banco apresentou proposta considerada positiva pelo Comando, que orientou sua aprovação (veja mais aqui).
Caixa - O Comando se reúne às 9h desta quinta-feira para rodada de negociação com a Caixa, em São Paulo.
Veja a íntegra da proposta:
Reajuste- 6% aplicado a todas as verbas, representando 1,5% de aumento real.
Participação nos Lucros e Resultados (PLR)Regra básica:
- 90% do salário + valor fixo de R$ 1.024, com teto de R$ 6.680.
- Caso o valor distribuído para os bancários fique abaixo de 5% do lucro, o banco deverá aumentar a PLR de cada bancário até completar este percentual, com limite para cada bancário de 2,2 salários ou R$ 14.696, o que for atingido primeiro.
- O total pago por cada banco poderá atingir até 13% do lucro líquido.
- Os valores recebidos na regra Básica poderão ser compensados dos programas próprios de remuneração de cada banco.
Parcela Adicional
- 2% do lucro líquido distribuído linearmente para todos os trabalhadores até o limite de R$ 2.100.
- Os valores não poderão ser compensados dos programas próprios de remuneração.Antecipação da PLR
- Regra básica - 54% do salário + R$ 614, com teto individual de R$ 4.008 e limite de 13% do lucro líquido do banco no primeiro semestre.
- Parcela Adicional - 2% do lucro líquido do primeiro semestre dividido linearmente para todos os funcionários, com limite de R$ 1.050.
PisosSalário de Ingresso
Portaria: R$ 683,38
Escriturário: R$ 980,08
Caixa: R$ 980,08 + R$ 289,93 (gratificação de caixa) = R$ 1.270,01
Salários após 90 dias
Portaria: R$ 748,59
Escriturário: R$ 1.074,46
Caixa: R$ 1.501,49 (já incluída gratificação)
Outras Verbas
ATS - R$ 16,59
Gratificação Compensador de Cheques - R$ 94,47
Auxílio refeição - R$ 16,88
Auxílio cesta-alimentação - R$ 289,31
13ª cesta-alimentação - R$ 289,31
Auxílio-Creche/Babá - R$ 207,95
Auxílio funeral - R$ 557,78
Ajuda deslocamento noturno - R$ 58,22
Indenização por Morte ou incapacidade Decorrente de Assalto - R$ 83.175,62
Requalificação profissional - R$ 831,28
Outros pontosAmpliação da Licença Maternidade para 180 dias
Isonomia de tratamento para homoafetivos - as regras previstas na Convenção Coletiva para os cônjuges dos bancários serão garantidas para os parceiros de bancários e bancárias com relação homoafetiva. A comprovação da condição de parceiro (a) se dará com base nas mesmas exigências estabelecidas pela Previdência Social.
Dias parados - Serão compensados até o dia 15 de dezembro de 2009 e não poderão ser descontados, a exemplo da Convenção Coletiva de 2008.

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