sexta-feira, 9 de março de 2012

Campinas: Funcionários paralisam Nave-Mãe

Mais de 240 crianças ficaram sem aulas em unidade do Jardim Ouro Preto

Em um mês, é a segunda vez que os funcionários da unidade cruzam os braços por falta de salários
(Foto: Augusto de Paiva/AAN)
Mais de 240 crianças da Nave-Mãe Professor Milton Santos, no Jardim Ouro Preto, em Campinas, ficaram sem aula ontem em razão da paralisação dos funcionários por falta de pagamento. Além dos salários referentes ao dia 7 de março, os benefícios de dois meses não foram pagos. Segundo a empresa que administra cinco das 13 Naves-Mãe de Campinas, o atraso ocorreu por falta de repasse da Prefeitura mas que até hoje os salários e benefícios serão depositados. Os professores da rede estadual de Campinas também reclamam de atraso nos pagamentos. 

Em um mês, é a segunda vez que os funcionários da unidade cruzam os braços por falta de salários. Em fevereiro, elas paralisaram as atividades durante dois dias. “Os benefícios do mês passado não foram pagos até agora. E esse mês acumulou o não pagamento dos benefícios de dois meses e dos salários. Ontem (anteontem), teve uma reunião com a ONG que administra a Nave-Mãe e nos disseram que a Prefeitura não repassou o valor trimestral e que eles não tinham dinheiro para nos pagar nem previsão de quando isso seria feito”, reclamou uma funcionária que preferiu não se identificar. 

A unidade atende 244 crianças de 4 meses a 6 anos. A vendedora Fabiana Oliveira Mendes, de 28 anos, conta que perdeu o dia de trabalho por causa da paralisação. “Eu tive que ficar hoje em casa porque não tinha com quem deixar minha filha, assim como vários pais. Mas apesar de ter perdido um dia de trabalho acho que elas estão certas em fazer greve, porque está um relaxo a administração dessa creche. Não é a primeira vez que acontece isso. E todo mundo que trabalha tem o direito a receber seu salário”, afirma. 

A Nave-Mãe Professor Milton Santos e outras quatro unidades são administradas pela organização não governamental (ONG) Chance Internacional. O valor total do convênio apenas com a unidade Professor Milton Santos é de R$ 621.504,00. O primeiro repasse referente aos meses de fevereiro, março e abril corresponde a R$ 145.915,71. A Secretaria Municipal de Educação informou que, por questões processuais, atrasou um dia o repasse da verba, mas que no período da tarde de ontem a situação seria normalizada. Informou ainda que a paralisação de fevereiro não tem ligação com o repasse da Prefeitura, que seria um problema interno da ONG. 

De acordo com o administrador da ONG Chance Internacional em Campinas, Derci de Souza, o repasse da Prefeitura foi feito ontem à tarde e os atrasos devem ser corrigidos hoje. “Vamos fazer todos os pagamentos das funcionárias e, até amanhã (hoje), vamos pagar todas as pendências que ficaram faltando”, disse.

Inaê Miranda - RAC

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