Médico é agredido por paciente no CS do Parque Oziel

Sindicato organiza um protesto nesta terça-feira (18) e a paralisação das atividades na unidades nesta quarta (19)

Viatura da Guarda Municipal na frente do Centro de Saúde do Parque Oziel

(Foto: Carlos Sousa Ramos/AAN)

A violência nas unidades de saúde de Campinas voltou a se repetir. Desta vez, a agressão ocorreu no bairro Parque Oziel, na região Sul da cidade, quando uma usuária do Centro de Saúde (CS), bateu no médico por discordar de um procedimento.

A agressão ocorreu 30 minutos antes do fechamento da unidade e, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), não prejudicou o atendimento. O Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Municipal de Campinas (STMC) informou que os servidores da unidade organizam um protesto para esta terça-feira (18) pela manhã em função da agressão.

Segundo informações da SMS, a moradora, que é paciente da saúde mental, agrediu o médico porque discordou do encaminhamento feito pelos profissionais que atuam no acolhimento de risco. O médico atua no programa de Saúde da Família e não quis registrar Boletim de Ocorrência contra a paciente. O fato ocorreu às 15h30 e a unidade, localizada na avenida 2, funciona até 16h.

O STMC informou que os funcionários da unidade organizam um protesto para esta terça-feira também para esclarecer os moradores sobre as condições de trabalho que enfrentam. O sindicato informou ainda que organiza para quarta-feira (19) uma paralisação geral da saúde em função dos últimos acontecimentos e do caos na saúde.

Esta é a segunda vez em menos de uma semana que um médico é agredido em Campinas. Na terça-feira (11) da última semana, o Centro de Saúde União de Bairros, no Jardim Vila Vitória, região Sudoeste de Campinas, fechou as portas após uma médica ser agredida pela mãe de um paciente. A Polícia Militar (PM) foi chamada ao local e encaminhou o caso para o 9º Distrito Policial, no Jardim Aeroporto, onde foi registrado um boletim de ocorrência por Agressão Física.

A Secretaria Municipal de Saúde informou que vai buscar uma solução conjunta com o Conselho Local de Saúde e com outros representantes da comunidade do Centro de Saúde (CS) Oziel, na região Sul de Campinas, para prevenir situações de violência como a ocorrida na tarde desta segunda-feira. A pasta lamentou o fato e se solidarizou com a equipe de saúde e com os moradores.

O Sindicato dos Médicos de Campinas também lamentou a agressão. ' Infelizmente, não é fato raro e isolado. Tem havido agressões constantes aos médicos na rede pública em maior número do que na rede privada, devido às condições de trabalho às quais estão submetidos os colegas e à estrutura oferecida aos usuário', afirma Moacyr Perche, presidente do sindicato. Ele defendeu o reforço policial em centros de saúde com pouca infraestrutura. 'Até compreendemos que a Prefeitura não consegue colocar polícia em cada centro, mas aqueles com equipes reduzidas e estrutura mais precarizada devem ter policiamento reforçado', afirmou.

Inaê Miranda