Militar pediu para não ser identificado e relatou medo de sofrer atentado.
Assassinato de policial em junho acirrou o clima de tensão no município.
A morte de um
sargento em Piracicaba (SP) em atentado na porta de um restaurante em 14 de junho, desencadeou uma série
de ameaças a PMs, o que acirrou clima de tensão entre policiais e criminosos no
município. Um policial militar que pediu para não ser identificado afirmou que
a preocupação com a possibilidade de novos ataques é tanta que ele chega a ir à
padaria usando colete à prova de bala. O PM também fez críticas ao
comando da corporação diante da situação.
Sob a condição
de anonimato, o policial afirmou que o medo de ataques faz com que ele só saia
de casa com proteção e que já quase atirou em um amigo do próprio filho por
suspeitar que era alguém tentando matá-lo. "Eu estava chegando em casa e
vi um rapaz parado com o celular em frente à minha garagem. Saí do carro
segurando a arma, mandando ele abaixar e dizendo que eu era policial. Depois vi
que era o amigo do meu filho que estava no celular tentando acessar a
internet", disse.
"Essas
ameaças de morte já estão afetando a minha vida pessoal. Não consigo mais sair
com minha família para tomar um sorvete sem me sentir inseguro. Até à padaria,
que fica a dois quarteirões da minha casa, vou usando colete à prova de
balas", disse o PM.
Sargento da PM levou tiros
no atentado em frente a restaurante (Foto:Diego Spigolon/Arquivo pessoal) |
Morte de
sargento
O sargento Arnaldo Francisco de Brito, de 44 anos, foi baleado na noite do dia 14 de junho durante a folga e morreu no dia 22. Ele atuava na Força Tática e a Polícia Civil investiga se o atentado foi em represália à morte de um suspeito que trocou tiros com PMs no dia 12 de junho, no bairro Bosques do Lenheiro. O acusado de atirar no sargento morreu durante tiroteio com policiais em Brotas (SP) na sexta-feira (27).
O sargento Arnaldo Francisco de Brito, de 44 anos, foi baleado na noite do dia 14 de junho durante a folga e morreu no dia 22. Ele atuava na Força Tática e a Polícia Civil investiga se o atentado foi em represália à morte de um suspeito que trocou tiros com PMs no dia 12 de junho, no bairro Bosques do Lenheiro. O acusado de atirar no sargento morreu durante tiroteio com policiais em Brotas (SP) na sexta-feira (27).
Crítica ao
comando
O PM que não quis ter o nome revelado na matéria disse que relatou as ameaças que recebeu ao comando da Polícia Militar, mas não teve qualquer tipo de auxílio. "Sempre dizem que o risco é inerente à profissão e que, se eu não estiver satisfeito, devo pedir baixa. Também nos orientaram a registrar boletim de ocorrência, mas não fiz. Eu sou policial militar relatando por documentos o problema ao meu comando. Por que tenho que ir à Polícia Civil relatar isso também?"
O PM que não quis ter o nome revelado na matéria disse que relatou as ameaças que recebeu ao comando da Polícia Militar, mas não teve qualquer tipo de auxílio. "Sempre dizem que o risco é inerente à profissão e que, se eu não estiver satisfeito, devo pedir baixa. Também nos orientaram a registrar boletim de ocorrência, mas não fiz. Eu sou policial militar relatando por documentos o problema ao meu comando. Por que tenho que ir à Polícia Civil relatar isso também?"
Marco Ferreira, presidente da APPMARESP, criticou
comando da PM (Foto: Alfredo Morgante/EPTV) |
Ameaças e Rota
A Associação das Praças Policiais Militares da Ativa e Reformados do Estado de São Paulo (APPMARESP) estima que as promessas de novos ataques quintuplicaram desde o assassinato do sargento Brito.
A Associação das Praças Policiais Militares da Ativa e Reformados do Estado de São Paulo (APPMARESP) estima que as promessas de novos ataques quintuplicaram desde o assassinato do sargento Brito.
O presidente da
associação, Marco Ferreira, disse que a morte de Brito aumentou a sensação de
medo entre os militares. "Se antes registrávamos cinco ou seis ameaças por
mês, desde a morte do Brito isso aumentou para 30, 40 ligações", disse.
Para atenuar a
insegurança entre os policiais, o comando em Piracicaba recebeu o reforço de equipes das Rondas
Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), grupo de elite da PM. "Muitos
bairros da cidade são marginalizados pela polícia, quando somente 5% dos
moradores são criminosos de fato. A corporação precisa se aproximar das
comunidades e ganhar a confiança dos moradores, que sabem quem são os
bandidos", disse Ferreira.
Resposta da PM
O major da Polícia Militar Rodrigo Arena afirmou nesta quarta-feira (16) que, após o assassinato de Brito, ocorreram casos de ameaças à PM e a ações da corporação. Ainda segundo ele, houve apenas um registro de promessa de ataque a um policial especificamente e dois suspeitos foram presos.
O major da Polícia Militar Rodrigo Arena afirmou nesta quarta-feira (16) que, após o assassinato de Brito, ocorreram casos de ameaças à PM e a ações da corporação. Ainda segundo ele, houve apenas um registro de promessa de ataque a um policial especificamente e dois suspeitos foram presos.
"Todos os
casos são devidamente checados quanto à procedência e veracidade. Fazemos
também um policiamento próximo à residência da pessoa ameaçada." Quanto à
presença da Rota no município, o major Rodrigo Arena afirmou que o grupo ajuda
a aumentar a sensação de segurança de uma forma geral na cidade.
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