Novo prefeito dispensou 170 não-concursados que
supriam falta de efetivo.
População reclama do serviço, e administração diz que não terá impacto.
População reclama do serviço, e administração diz que não terá impacto.
A demissão de
funcionários autônomos não concursados da Prefeitura de Americana (SP) vai impactar e
aumentar o déficit de profissionais na rede pública de saúde, que já apresenta falhas
no atendimento à população. O novo prefeito, Paulo Chocolate (PSC), resolveu
dispensar 170 servidores, que eram admitidos no regime de RPA (Reposição
Profissional Autônomo), uma mão de obra que, em tese, só é acionada em caso de
emergência. Segundo estes profissionais, no entanto, diante da falta de efetivo
no município, eles cumpriam escala como servidores efetivos.
Hospital Municipal de
Americana será afetado por demissões (Foto: Reprodução / EPTV) |
De acordo com o
Sindicato dos Servidores Municipais de Americana, esses RPA’s eram irregulares,
já que não recebiam direitos trabalhistas, por não possuir vínculo efetivo com
a administração, mas trabalhavam com a mesma frequência dos demais funcionários.
Um técnico de
enfermagem que prefere não se identificar mostra, no cartão de ponto do mês de
julho, que trabalhou bem mais do que o regime emergencial permitiria. “Nós
tínhamos escala fixa mensal, fora as horas extras que nós fazíamos por fora do
nosso horário de plantão”, conta.
A maioria dos
demitidos é das secretarias de Saúde, sendo que grande parte é do Hospital
Municipal. Os profissionais dispensados são de vários setores, como serviço de
apoio, motorista de ambulância, serventes hospitalares e enfermeiros e técnicos
de enfermagem. O maior prejuízo é no setor de enfermagem, segundo o sindicato,
que afirma que o déficit deve aumentar em 30% com a saída desses profissionais.
De acordo com o
diretor da entidade, Antônio Forti, a pressão agora é que o prefeito preencha
as vagas que foram abertas acionando profissionais que aguardam em lista de
concurso para assumirem suas funções. Isso porque, para ele, a demanda atual
sem os autônomos não será capaz de suprir toda a demanda por atendimento.
A demissão dos funcionários,
segundo a Prefeitura, faz parte da reformulação do governo e foi feita a partir
de estudo de impacto das secretarias. Por meio da assessoria de imprensa, o
Executivo afirmou que a despesa desses RPAs não afetará a prestação de serviço.
Apesar disso, na
manhã desta quarta, já havia população reclamando da demora e qualidade do
atendimento no hospital do município. "Desde as 10h da manhã estou aqui e
não consigo ser atendido. Eu não acho isso certo", disse Paulo de Oliveira,
que levou cinco horas para passar pelo médico. "A saúde já era precária,
sem atendimento, vai ficar ainda pior", diz Ezequias de Carvalho.
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