segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Proposta de nova estrada prevê criar rodoanel de Campinas

O deputado Cauê Macris (PSDB), não tem dúvidas de que a nova estrada será uma alternativa para ligar Americana e Nova Odessa com a rodovia Campinas/Paulínia e chegar até Sousas

Entroncamento das rodovias D. Pedro I e Anhanguera, na altura do bairro Padre Anchieta: terceira via é vista como alternativa para desafogar o trânsito no local
(Foto: Leandro Ferreira/AAN)
A implantação de uma nova estrada ligando a Via Anhanguera na altura da SP-304, em Americana, até a Rodovia D. Pedro I, no trevo de Sousas, em Campinas, divulgada ontem pelo Correio Popular, vai levar à formação de um rodoanel na região de Campinas. Ele terá início em Americana e final no Aeroporto Internacional de Viracopos — para isso a estrada será unida ao Anel Viário Magalhães Teixeira, que faz a ligação das rodovias D. Pedro I e Anhanguera e que no futuro interligará a Anhanguera à Bandeirantes e à SP-324 (Rodovia Miguel Melhado Campos). 

A concessionária Rota das Bandeiras, autora do projeto entregue ao governo de São Paulo, não se manifestou novamente sobre a proposta. A Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) informou que tem conhecimento do plano, que deve ser analisado do ponto de vista técnico e financeiro, visto que essa obra não integra o contrato de concessão do Corredor D. Pedro I. A agência informou que mais informações só poderão ser dadas após a realização das análises apropriadas. 

O custo da nova rodovia não foi informado, mas a Rota das Bandeiras vai investir R$ 200 milhões no prolongamento do anel viário, obra que será feita em duas etapas. A primeira, avaliada em R$ 120 milhões, vai ligar as rodovias Anhanguera e dos Bandeirantes. Depois serão mais R$ 80 milhões para a construção do trecho entre a Bandeirantes e a rodovia Miguel Melhado Campos (SP-324) até Viracopos. A execução desta obra está prevista para os seis primeiros anos da Concessão do Corredor D. Pedro I, ou seja, até 2015. 

O projeto de construção de uma nova estrada surgiu de uma obrigação da concessionária e que consta no contrato de concessão: a empresa tem que monitorar a rodovia sob sua responsabilidade, para acompanhar o nível de serviços. Toda vez que detecta aumento de tráfego ou outro problema, tem que comunicar à Artesp e apresentar alguma solução. A nova estrada é uma solução de futuro, mas que tem urgência, porque apesar das remodelações feitas no acesso das rodovias Bandeirantes e Anhanguera à D. Pedro I, o entroncamento já está saturado. 

O deputado Cauê Macris (PSDB), que integra a Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa de São Paulo, e que conhece o projeto, não tem dúvidas de que a nova estrada será uma alternativa para ligar Americana e Nova Odessa com a rodovia Campinas/Paulínia e chegar até Sousas. Ele levará a proposta à discussão na Assembleia Legislativa.

A construção de uma nova rodovia é polêmica. O engenheiro ferroviário Carlos Alberto Jeanetti, que presta consultoria às empresas ferroviárias, avalia que uma nova estrada pode só dar a sensação de solução de um problema. “E isso seria verdade se ela estivesse pronta já no ano que vem. Mas esse é um projeto de futuro, o que significa que logo também estará saturada, por causa do crescimento da frota”, afirmou. O ideal, disse, é que o governo voltasse a investir em ferrovia, implantando um trem metropolitano para atender a região de Campinas e que poderia, inclusive, segundo ele, optar por trens suburbanos como os da Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos (CPTM).

O especialista em administração de trânsito, José Almeida Sobrinho, considera a alternativa interessante, mas cara, porque vai envolver uma série de desapropriações. “As rodovias Anhanguera, Bandeirantes, Adhemar Pereira de Barros e Zeferino Vaz estão saturadas e qualquer iniciativa de melhoria para o tráfego é bem-vinda”, afirmou.

Maria Teresa Costa Agência Anhangüera de Notícias

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