População de Campinas espera por um prefeito

Com a cassação do mandato de Hélio, a cidade aguarda a posse de Demétrio Vilagra, que acontecerá na terça-feira (23)

Demétrio Vilagra divulgou notas onde pede calma e união
(Foto: Cedoc/RAC)

Campinas entrou em compasso de espera por um prefeito. À deriva desde o final da sessão de julgamento que cassou o mandato de Hélio de Oliveira Santos (PDT), na madrugada de sábado (20) a cidade aguarda agora pela posse do vice, Demétrio Vilagra (PT), o que ocorrerá apenas na próxima terça-feira (23).

Hélio desapareceu. Com a perda de seu mandato, o pedetista, que já fazia raras exposições públicas, preferiu se calar e sequer preparou qualquer tipo de nota oficial para a população. Questionado pela reportagem, limitou-se a dizer, por meio da assessoria, que considerou o julgamento meramente político. Do outro lado, o próximo chefe do Executivo, apesar das afirmações de que ainda não comanda o Palácio dos Jequitibás, se sentiu à vontade ontem para falar sobre a situação do funcionalismo público e de sua atuação no governo. Se arriscou também a prever investimentos maiores do governo federal. Os escudeiros do PT campineiro se mostraram ansiosos na sessão de julgamento e anteciparam um pente-fino na Administração.

Desde que foi preso acusado de integrar um esquema de fraudes em licitação, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha dentro da Prefeitura, Demétrio não se pronunciou à imprensa. O petista deverá fazer o seu primeiro discurso na cerimônia de posse. Segundo informações da sua assessoria de imprensa, o petista tenta amanhã ter acesso aos trâmites do Executivo para acelerar sua transição. Outra informação do núcleo do PT de Campinas é de que o governo federal irá enviar um “emissário” para acompanhar Demétrio esta semana e garantir os recursos para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o programa Minha Casa, Minha Vida, bandeiras de Hélio na periferia da cidade. 

Estagnação 

Em uma carta dirigida à imprensa na manhã de sábado, Demétrio afirmou que não vai se posicionar como chefe do Executivo. “Não posso nem vou, neste momento, falar como prefeito — algo que só farei quando for empossado pela egrégia Câmara Municipal. Como vice-prefeito, porém, reitero que estou preparado para assumir o cargo de prefeito em prol da cidade, que precisa voltar a caminhar a passos largos rumo ao desenvolvimento econômico e social”, afirmou. 

Pacto 

Demétrio declarou ainda que tem um pacto com Campinas e com as metas para que cidade cresça. O petista é um dos pivôs do escândalo do Caso Sanasa, e vai responder na Justiça à denúncia do Ministério Público de tentativa de atrapalhar as investigações e recebimento de propina. Mesmo sendo acusado de integrar um suposto esquema criminoso, o petista disse ontem que se sente capaz de retirar a cidade da crise. 

“O fim da estagnação causada pela crise só será possível, no entanto, se todos agirem com racionalidade política e união. Conclamo, então, todos os partidos, vereadores, empresários, mídia e a sociedade como um todo para que este seja o momento final da crise e para que cresçamos com ela”, afirmou. Sobre a troca de servidores comissionados, Vilagra disse ontem que é preciso ter calma no que diz respeito ao funcionalismo público.

Milene Moreto Agência Anhangüera de Notícias