sexta-feira, 27 de maio de 2011

Sargento de Bauru tem orgulho da missão de paz

Neste domingo comemora-se o Dia Internacional dos Mantenedores da Paz

Do Jornal da Cidade de Bauru
Em meio a aridez dos conflitos, um simples acessório é capaz de sinalizar a proximidade da paz. Fácil justificar o orgulho que leva no peito quem veste a boina azul e, imediatamente, assume sua missão. É o caso do sargento Ozeias Gomes Correia da 6.ª Circunscrição do Serviço Militar de Bauru (6 ª CSM). Para onde quer que vá e independentemente da data, carrega consigo todas as experiências que viveu ao cumprir missão de paz pela ONU, no Haiti. 


Neste domingo comemora-se o Dia Internacional dos Mantenedores da Paz. Assim como os colegas, para tornar-se um Boina Azul, Correia passou por treinamento específico oferecido aos voluntários, com orientações sobre como atuar em local de guerra. Eles ajudam a aplicar os acordos de paz, fiscalizam o cessar fogo, patrulham zonas desmilitarizadas, criam zonas de separação entre forças em conflito e procuram suspender as lutas, enquanto os negociadores buscam uma solução pacífica para as controvérsias. Os soldados das forças de paz vestem seus próprios uniformes, identificando-se como integrantes das missões apenas pelas boinas azuis, um tipo de distintivo da ONU. 

Com 46 anos e natural de Recife, Correia iniciou sua carreira no Exército Brasileiro em 3 de fevereiro de 1984. Em meados de março de 1986, quando atuava na 2.ª Região Militar (RM), na Capital paulista, foi promovido a cabo do Exército. Na seqüência veio a promoção para sargento. Integrou-se, então, voluntariamente aos “Boinas Azuis” que fazem parte das Missões de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU). Chegou a Bauru em Julho de 2009 com uma bagagem diferenciada justamente pela experiência de participar de uma missão de paz. 

Presenciou situações de tristeza e miséria, inesquecíveis. “Em vários momentos, as situações eram muito tristes. Os relatos daquelas crianças me faziam chorar. Sofriam com a falta de alimentos e a violência que devastava o local. Não tinham o que comer nem onde dormir. A gente ali lutava para que eles conseguissem de volta a paz merecida”, diz o sargento. 

“Tínhamos o dever de saber se as ações estavam surtindo efeito, aconteceram momentos em que mesmo com os uniformes, éramos alvejados por haitianos que não aceitavam a missão de paz. O povo não tinha nada, mas existiam armas e fuzis por toda a parte. É claro que aí vinham a miséria, a fome e o sofrimento daquele povo, e nós estávamos ali voluntariamente para garantir que a paz voltasse a existir, pelo menos com relação aos ataques”, conclui Correia.

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