Protesto por reintegração na Moradia continua

Cerca de 100 estudantes da moradia estudantil da Universidade Estadual de Campinas ocuparam a casa H9

Na manhã desta quinta-feira (03/03) cerca de 100 estudantes da moradia estudantil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) continuam o protesto iniciado na tarde desta quarta-feira (02/03). Eles ocuparam a casa H9 em protesto a uma decisão judicial de reintegração de posse do imóvel. Segundo informações da Polícia Militar, duas viaturas estão no local e a situação é pacífica.

Os estudantes alegam que os alunos que moravam nessa residência eram perseguidos pela administração da moradia estudantil. 'Essa casa sempre foi perseguida, por ser referência dos protestos e por vários outros motivos', disse uma estudante que não quis se identificar.

Em nota a assessoria de imprensa da Unicamp informou que o morador da casa H9 obteve vaga na moradia estudantil em 2007, mas desde 2088 passou a ocupar o imóvel de maneira irregular por não apresentar documentação comprovando o enquadramento nos critérios sócio-econômicos adotados pelo programa. A universidade diz ainda que desde então até o início deste ano, buscou todos os caminhos institucionais e de maneira conciliadora, regularizar a situação do morador, mas não obteve a contrapartida necessária. Diante do impasse, no mês passado a Unicamp ingressou com pedido de reintegração de posse, que resultou na medida judicial executada.

Os alunos afirmam ainda que a administração da moradia age de forma autoritária, e não consulta o Conselho Deliberativo da Moradia - formado por cinco professores e cinco estudantes.
'Eles chegaram aqui com a polícia e com um mandado de reintegração de posse e pronto. Ai invadimos o imóvel em sinal de protesto e não vamos sair. Eles estão tomando várias decisões de realocações e expulsões de alunos sem consultar o conselho, corte de bolsas entre outras atitudes autoritárias', afirmou outra estudante que não se identificou.
Os estudantes relatam também que a moradia possui cerca de 900 vagas e atualmente tem aproximadamente 2 mil moradores. 'A administração está expulsando os veteranos para colocar os calouros e dessa forma abafam o problema da superlotação. Nas moradias deveriam ter quatro pessoas e quase todas tem uma média de seis moradores. A universidade não informa os calouros como funciona o processo seletivo para as moradias e os alunos chegam e não tem onde ficar, já que o processo só será iniciado no próximo dia 13' , afirmou uma outra aluna que não quis se identificar.
Com faixas e gritos de guerra os alunos invadiram a moradia H9 e pediam a saída da polícia e o fim da repressão. Por volta das 19h as viaturas da Polícia Militar deixaram o prédio da moradia estudantil após a reintegração, mas os manifestantes permaneceram no imóvel.
A moradia da Unicamp possui 274 casas. 'Há mais de 20 anos quando os estudantes invadiram a universidade e reivindicaram a moradia estudantil, foi acordado que a universidade iria disponibilizar 1,5 mil vagas, até hoje isso não aconteceu, temos apenas 900 e a demanda hoje já é de mais de 3 mil vagas' , afirmou outra aluna que não se identificou.