quinta-feira, 29 de julho de 2010

Plínio de Arruda, candidato do PSOL à Presidência faz declarações polêmicas em sabatina.

SÃO PAULO - Com 80 anos recém-completados, o candidato a presidente Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) abordou nesta terça-feira uma série de temas polêmicos. Defendendo as ocupações de terras pelo MST, disse que as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) agem porque o governo "é terrorista" e atacou antigos companheiros dos tempos do PT, partido que ajudou a fundar, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem chamou de "nefasto". Sobrou até para sua adversária nas eleições, a senadora Marina Silva (PV), que como ele também deixou o PT, dizendo que ela o frustou por ter ido para o PV.
Acompanhado pela mulher e pela neta de 10 anos, Plínio participou nesta terça-feira de sabatina do portal R7, onde justificou as ações das Farc acusando o governo local de "estado terrorista". Se eleito, Plínio afirmou que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, poderá contar com seu apoio porque está promovendo uma "transformação importantissima lá". Com o ex-presidente de Honduras Manuel Zelaya, que ficou abrigado na embaixada brasileira quando foi expulso pelo governo provisório de seu país, o candidato não teve a mesma benevolência:
- O Zelaya é aquele chamado chato de galochas - disse Plínio, para quem as Farc são um movimento revolucionário, sim, ainda hoje.
Segundo Plínio, o governo Lula é um "desastre" e "nefasto".
- Este governo é um desastre não tanto pelo que ele faz, mas pelo que ele não faz. Ele não dá atenção à saúde, à educação e à violência. A violência é um negócio maluco. O Lula não peca por ação. Peca por omissão. É um governo nefasto. Tem um certo emprego, muito vagabundo. Dá uma certa sensação. Como você tem um crédito muito fácil, as pessoas têm acesso a bens de prestígio - disse o candidato, afirmando que, no governo anterior, era pior.
De acordo com o socialista, quando Marina Silva deixou o PT, ele teria chegado a pensar "agora ela vem para a esquerda mesmo":
- Qual não foi minha decepção quando ela foi pro PV, que é um partido que está em todos os governos. Se há um partido que cabe aquela do garotinho, da boquinha, é o PV. É ecocapitalista. Tem duas Marinas: a Osmarina Santos e a que cedeu.
Favorável à taxação das grandes fortunas e a reestatização da Vale da Rio Doce e da Petrobras, Plínio, que declarou um patrimônio maior que R$ 2 milhões, negou ser rico.
- Eu sou um pequenês.
O candidato disse ser favorável às ocupações de terra e defendeu o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), criticando o que chamou de tentativa da mídia de criminalizar o movimento. Caso eleito, disse ele, a imprensa deverá ser punida em caso de promover campanhas contra movimentos desse tipo.
- Uma coisa é censura à imprensa outra coisa é ter controle sobre o uso da mídia para demonizar uma pessoa. Vejam o que a grande mídia faz com o MST. Isso não está certo. Quando eu falo controle é controle.
Plínio defendeu abertamente as ocupações de terra e a reforma agrária em fazendas com mais de 500 alqueires.
- Toda fazenda de mais de 500 alqueirres tem de ser desapropriada. É claro que pode - disse ele, respondendo à pergunta se as fazendas poderiam ser invadidas:
- Eu defendo tudo que é ocupação. Eu sou o primeirão (a defender). Terra do governo nós vamos entregar direto. Eu estou defendendo (desapropriação) na terra privada.
O candidato, que afirmou nunca ter fumado maconha, disse apoiar a descriminalização do que chamou de "drogas culturais", como a maconha, o daime e as bebidas alcoólicas. Também defendeu a descriminalização do aborto, desde que as jovens que queiram abortar passem por aconselhamento de um juiz familiar. Ele lembrou ser católico militante e disse ser contra o aborto. Plínio também disse apoiar o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.
Prometendo um salário mínimo de R$ 2 mil (o ideal, segundo o Dieese) e redução da jornada de trabalho, Plínio criticou o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
- O Meirelles é a cabra tomando conta da horta. E com fome. A política econômica é a continuação da política neoliberal. É nefasta. Qualquer política capitalista é contra o pobre.
Ele atacou ainda a política externa do presidente Lula:
- País que não tem poder econômico e país que não tem força militar a diplomacia é muito limitada. Dizer que tem um protagonismo tipo Rússia, Estados Unidos. Haiti: Nós ali estamos segurando a vaca para o americano mamar. Essa do Irã: o que que o Lula foi fazer no irã? Foi pedir para o (Mahmud) Ahmadinejad fazer o que o americano quer. Quem manda nesse terreno é a Hillary Clinton. Então o Lula tomou uma fubeca em seguida.

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