terça-feira, 20 de julho de 2010

PSB quer fortalecimento do MST no programa de Dilma

Plano de governo cita necessidade de valorização de movimentos sociais.Partido pede, também, controle dos gastos públicos e gestão mais eficiente.
Iara Lemos Do G1, em Brasília
O PSB defendeu nesta segunda-feira (19), em seminário nacional do partido, em Brasília, o fortalecimento do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). O partido quer incluir a proposta no plano de governo da candidata do PT, Dilma Rousseff, à Presidência.
“Precisamos fortalecer os movimentos sociais, como o MST, aumentar o diálogo e eliminar a repressão, reconhecer nosso atraso na promoção da reforma agrária e compreendê-la como necessidade histórica, econômica e social”, diz o plano de governo.
As propostas do PSB ao plano de governo incluem ainda o controle dos gastos públicos e ganhos de eficiência na gestão pública, com revisão geral dos gastos correntes. O partido defende ainda a criação de escolas de tempo integral para a educação básica.
Dilma Rousseff chegou por volta das 19h ao Hotel Nacional, em Brasília, onde ocorre o seminário nacional do PSB. O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), chegou ao seminário no início da noite para a discussão do plano de governo de Dilma.
Dilma recebe programa radical do PSB
Aliado histórico propõe fortalecer MST e 'eliminar repressão'; petista diz apenas que não leu 'cuidadosamente'
Maria Lima e Gerson Camarotti
BRASÍLIA. O PSB, aliado histórico do PT, entregou ontem à presidenciável do PT, Dilma Rousseff, “uma proposta de esquerda” do partido para a composição do programa de governo da candidata. O documento do PSB não faz menção a controle social da mídia, um dos pontos polêmicos do programa do PT, mas defende o fortalecimento de movimentos sociais como MST, além de “aumento de diálogo e eliminação de repressão”.
Em discurso, após receber o documento, Dilma não fez comentário sobre o conteúdo da proposta, preferindo fazer uma homenagem ao ausente deputado Ciro Gomes (PSB-CE), que teve a candidatura presidencial abortada pelo PT e pelo Planalto.
Em entrevista, após o encontro com dirigentes do PSB, perguntada sobre questões polêmicas da proposta do partido, Dilma disse que concorda com a maioria dos pontos do documento, mas ressalvou: — Mas não li ainda cuidadosamente.
O certo é que vamos fazer um programa o mais próximo possível do que já é praticado no governo Lula.
Depois, ela criticou a criminalização do movimento social.
— Eu acho injustificável aquela ideia da República Velha, que diz que movimento social é caso de polícia — disse.
No ponto sobre relação do governo com os movimentos sociais, a proposta do PSB afirma: “Precisamos fortalecer os movimentos sociais, como o MST, e aumentar o diálogo e eliminar a repressão, reconhecer nosso atraso na promoção da reforma agrária e compreendê-la como necessidade histórica, econômica e social”. Perguntada sobre a proposta, Dilma disse que não dá para confundir ações de governo com ação de movimentos sociais ou partidos: — Mas isso não significa que vamos reprimir os movimentos sociais. Quando um desses movimentos cometer irregularidade, ele tem que ser punido.
Na proposta, o PSB prega reforma tributária que compreenda a taxação extra das grandes fortunas e que desonere o consumidor na ponta — questão polêmica que está na proposta original do PT e foi retirado da segunda versão do programa de Dilma entregue ao Tribunal Superior Eleitoral, a pedido do PMDB. O PSB prega o fortalecimento de empresas estatais e do setor bancário público.
— Aliança é feita com os diferentes.
Se fosse uma mesma concepção, seria um partido único.
O programa deve ser um conjunto da média, para equilibrar programas de todos os partidos (da coligação) — disse o senador Renato Casagrande (PSB-ES), candidato a governador.
No encontro, Dilma enviou recado ao deputado e ex-ministro Ciro Gomes. No fim de semana, ele afirmou que fez “papel de bobo” ao tentar disputar a eleição: — Queria referir-me a um líder em especial que é o ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes.
Eu respeito o Ciro Gomes, tenho amizade pelo Ciro Gomes e considero o Ciro Gomes um companheiro meu de jornada. A jornada às vezes dá uns contornos e umas voltas. Mas quem tem o mesmo rumo, tem a mesma jornada. Tenho certeza que tenho o mesmo rumo do PSB

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