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Alcançadas as assinaturas necessárias para criar a CPMI -Comissão Parlamentar Mista de Inquérito - para investigar os repasses de recursos públicos ao MST -Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - a disputa agora entre governo e oposição é quanto à instalação da comissão e à definição dos postos estratégicos.
O líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), defendeu que a presidência e a relatoria da comissão fiquem com os maiores partidos da base governista. "São as prerrogativas regimentais das bancadas e dos partidos. Ou seja: os maiores partidos, as bancadas que a população elegeu, indicam a presidência e a relatoria das CPIs", avalia.
O vice-líder do DEM, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), diz que a oposição vai tentar um dos postos-chave da CPI, mas, mesmo que não consiga, a comissão poderá trazer bons resultados. "Eu vou lembrar a CPI dos Correios, da qual também fiz parte. A presidência e a relatoria eram de partidos da base e ela produziu tantos efeitos que tem 40 grandes figuras da República sendo processadas no Supremo Tribunal Federal", afirma.
Lorenzoni disse ainda que o governo transferiu nos últimos anos R$ 160 milhões para mais de 40 entidades ligadas ao MST. Dinheiro que, segundo ele, financiou a destruição de áreas produtivas e de centros de pesquisa de instituições públicas e privadas. Ele afirma que a oposição vai reagir com a obstrução de votações na Câmara e no Senado caso a base governista se recuse a indicar os integrantes da CPMI do MST.
O presidente do Senado, José Sarney, avisou que caso os líderes partidários não indiquem nomes para a CPMI do MST em algumas semanas, ele mesmo fará as indicações, seguindo entendimento já adotado pelo Supremo Tribunal Federal. A Comissão terá 18 deputados e 18 senadores titulares, e igual número de suplentes.
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