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Terminou por volta das 18h30 desta terça-feira (27) a rebelião dos 71 adolescentes da Unidade Jequitibá da Fundação Casa (antiga Febem) em Campinas. Por cinco horas eles mantiveram três educadoras como reféns. Elas não se feriram e foram soltas por volta das 18h45. Os rebelados atearam fogo em colchões e móveis, além de danificarem ambulatórios e outros departamentos. Apenas os dormitórios não foram destruídos. Por volta das 19h, equipes do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) da PM de São Paulo chegaram ao local para uma vistoria do prédio, inaugurado há dez anos e que já passou por várias rebeliões, sendo que a última foi em 2006.
Duas versões para o começo
De acordo com a Fundação Casa, a rebelião começou após uma tentativa de fuga dos internos. Eles agrediram ao menos cinco funcionários, que tiveram ferimentos leves. Pais de internos disseram que a rebelião foi motivada por uma vistoria na unidade na semana passada, quando os agentes da instituição teriam agredido internos. “Eles estavam revoltados e queriam a transferência de um dos internos que dedurou os outros que estavam fazendo algo errado. Eles (internos) queriam a transferência deste que dedurou”, disse o pai de um dos internos e que ajudou nas negociações. Ele pediu para não ser identificado. A Fundação Casa informou que a revista ocorreu, mas nega a violência. A asssessoria de imprensa informou que se alguma agressão foi feita, será apurada pela Corregedoria da Fundação Casa. O órgão disse ainda que não havia a informação, até as 20h, de que um interno teria sido ameaçado pelos outros internos.
Denúncias
A promotora da Vara da Infância e Juventude Eliza Camuzzo afirmou desconhecer agressões anteriores durante revistas e disse que se os pais dos internos quiserem podem procurá-la para denúncias. Ela, um pai de um interno e o tentente Coronel Wagner Telles participaram das negociações com os adolescentes. A principal dificuldade foi a falta de uma liderança entre os rebelados. “Cada grupo lá dentro tinha um refém. Não havia uma liderança e isso dificulta a negociação”, afirmou o Tenente Coronel.
O oficial lembrou que a PM acompanhou, mas não entrou para acabar com a rebelião porque a tática escolhida foi o diálogo.
Transferências
Seis adolescentes foram transferidos para a unidade do Jardim Amazonas, próximo ao 5º Distrito Policial. Segundo a Fundação Casa, eles estavam fora da unidade na hora da rebelião e, por isso, não voltaram. O Corpo de Bombeiros e o Samu acompanham a rebelião durante todo o tempo. O helicóptero da PM deu apoio pelo ar.
A Fundação Casa de Campinas (antiga Febem) , tem capacidade para 72 menores e atualmente abriga 70. Ainda segundo a assessoria da fundação, essa é a primeira rebelião este ano na entidade em todo o Estado de São Paulo.
Histórico Em maio do ano passado, quando o local ainda era chamado de Unidade de Internação Provisória (UIPI), 15 garotos agrediram dois agentes penitenciários, durante o horário de lazer. Sete deles pularam o muro e roubaram um carro para fuga. Seis deles foram capturados em sequência. Uma sindicância foi aberta para apurar o caso. O resultado saiu no fim de agosto deste ano. Dois funcionários foram demitidos por agredirem um menor que tentava fugir.
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