quarta-feira, 21 de outubro de 2009

DEM apresenta pedido para criar CPI contra o MST

Evandro Éboli

BRASÍLIA. Com o apoio expressivo de deputados de partidos da base do governo, os líderes do DEM apresentaram ontem pedido de abertura de CPI mista para investigar o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). O partido conseguiu colher o apoio de 188 deputados, quando eram necessárias 171 assinaturas; e ainda de 35 senadores, quando o mínimo era de 27.
O requerimento será lido em sessão do Congresso hoje. Para evitar a instalação da CPI, o governo terá o prazo até a meia-noite para convencer deputados a recuarem e retirarem suas assinaturas.
Dos 188 deputados que assinaram, 68 são da base do governo, que representam 36%, apoiaram a criação da comissão.
Para evitar a CPI e o desgaste do governo, líderes da base do presidente Lula terão que convencer 17 deputados a mudar de opinião.
Entre os deputados governistas que assinaram estão Silas Brasileiro (PMDB-MG), que ocupou a secretaria executiva do Ministério da Agricultura no atual governo, e Aelton de Freitas (PR-MG), parlamentar ligado ao vice-presidente, José de Alencar. Aelton foi suplente de Alencar no Senado.
Numa tentativa anterior de instalar a CPI, o DEM não obteve êxito porque 43 deputados tiraram seus nomes. Mas o episódio de sem-terra destruindo uma plantação de laranjas no interior de São Paulo deu fôlego para a oposição, e vários parlamentares que não aderiram antes assinaram agora.
O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), afirmou que há um clima favorável à instalação da CPI do MST. A oposição quer investigar repasse de recursos do governo para entidades ligadas ao movimento.
Pelo menos no discurso, o governo não pretende trabalhar para que deputados de sua base recuem.
— Vamos nos preparar para a CPI — disse o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder do partido na Câmara.

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