quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Empresário, piloto e suspeito de atuar como 'laranja' são presos por tráfico internacional de drogas

Segundo a PF, investigados, entre eles pai e filho, negociavam droga na Bolívia e faziam transporte aéreo até interior de SP e por rodovia até Santos, de onde mercadoria seguia para a Europa.


A Polícia Federal de Ribeirão Preto (SP) confirmou nesta terça-feira (22) a prisão de um empresário de 46 anos, que atua com a venda de veículos, seu filho, um piloto de 25 anos, e um terceiro suspeito de 46 anos apontado como "laranja" em uma força-tarefa contra o tráfico internacional de drogas.

Os três foram alvos de mandados da Operação "Conexão RP", que também cumpriu cinco mandados de busca e apreensão, entre elas de uma aeronave, e solicitou o bloqueio de bens dos envolvidos.

As diligências foram autorizadas pela 9ª Vara Federal de Campinas (SP), onde foram conduzidas as investigações da PF, do Ministério Público Federal e do Ministério Público Estadual, após a apreensão de 325 quilos de pasta base de cocaína, no final de 2016, em uma van.


De acordo com o delegado da PF em Ribeirão, Edson Geraldo de Souza, o empresário e o filho atuavam diretamente na negociação da mercadoria na Bolívia e no transporte por aeronaves até Ribeirão Preto e para sua destinação final, Santos (SP), de onde a PF acredita que a mercadoria era levada para a Europa.

Além de atuar com eles, o terceiro suspeito, segundo a polícia, teve o nome utilizado para o registro de bens adquiridos pela dupla.

"Eles agiam por si, ou seja, iam à Bolívia, negociavam essa droga e a traziam para nossa região de Ribeirão Preto, transportando até o Porto de Santos", disse o delegado durante entrevista coletiva.
Depois dos 30 dias de detenção, o pedido de prisão dos suspeitos poderá ser postergado ou convertido em prisão preventiva. Eles responderão por tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro.

Suspeitos de tráfico internacional de drogas são levados para a sede da Polícia Federal em Ribeirão Preto — Foto: Reprodução/EPTV Suspeitos de tráfico internacional de drogas são levados para a sede da Polícia Federal em Ribeirão Preto — Foto: Reprodução/EPTV
Suspeitos de tráfico internacional de drogas são levados para a sede da Polícia Federal em Ribeirão Preto — Foto: Reprodução/EPTV

'Conexão RP'
Segundo a Polícia Federal, as investigações começaram em 14 de outubro de 2016 em Campinas, após a Polícia Militar Rodoviária apreender 325 quilos de pasta base de cocaína no fundo falso de uma van na Rodovia dos Bandeirantes (SP-348) com destino a Santos.

A partir de então, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Campinas identificaram os três envolvidos no esquema.

O nome da força-tarefa é uma alusão ao modo como a organização criminosa agia, ao contar com Ribeirão Preto, e a apelidada "rota caipira", como ponto estratégico para suas operações.

"Eles traziam a droga da Bolívia diretamente para a nossa região, através dos canaviais e da região agrícola - em que temos pequenas áreas para pouso dessas aeronaves-, trasladavam a droga para veículos, escondiam em veículos até o Porto de Santos, que era o segundo destino da célula envolvida com essa associação criminosa", explica.

Segundo Souza, desde 2016 o grupo utilizava ao menos duas aeronaves com capacidade de transportar até 500 quilos de cocaína por viagem. A Polícia Federal acredita que isso aconteceu por pelo menos dois anos.

"Percebemos constantes viagens comerciais Bolívia demonstrando que eles continuaram, desde 2016, a praticar o crime de tráfico de drogas internacional."
Das aeronaves utilizadas, apenas uma foi apreendida, segundo o delegado. "Uma dessas aeronaves foi alienada para terceiros durante as investigações até onde sabemos de boa-fé, por isso a Polícia Federal não pediu a apreensão. A outra aeronave estava à disposição deles ainda, que possivelmente era utilizada e foi encontrada e apreendida na data de hoje."

As investigações prosseguem para entender as operações do grupo em Santos e fora do país. "Temos investigação tanto para um lado da fronteira quanto para o outro, então não vamos abrir mais informações a respeito disso nesse momento."

Fonte G1 Ribeirão Preto e Franca

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