segunda-feira, 28 de julho de 2014

Tarifa de ônibus sobe para R$ 3,30 a partir de 1º de agosto em Campinas

Haverá redução gradativa no subsídio pago às empresas do transporte.
Atualmente, valor da passagem cobrado no município é de R$ 3.


Ônibus em circulação na Rua Francisco Glicério no Centro de Campinas (Foto: Reprodução/EPTV)
Tarifa de ônibus vai subir para R$ 3,30 a partir de
agosto em Campinas (Foto: Reprodução / EPTV)
O valor da tarifa de ônibus em Campinas (SP) subirá de R$ 3  para R$ 3,30 a partir de 1º de agosto. O anúncio foi feito pela Secretaria de Transportes nesta segunda-feira (28) junto com um pacote de mudanças significativas, que inclui redução do subsídio pago às empresas, fim da circulação de dinheiro nos ônibus e extinção da função de cobrador. O secretário, Carlos José Barreiro, informou, ainda, que vai apresentar um projeto de lei à Câmara de Vereadores para oferecer desconto de 50% no preço do ônibus para universitários.

A justificativa da administração pública para o reajuste de 10% na tarifa é o aumento nos custos do serviço, tanto em relação a combustíveis, como mão de obra, impostos e também os investimentos. O repasse da Prefeitura para as empresas foi, no primeiro semestre deste ano, de R$ 43,1 milhões e, segundo Barreiro, este valor será reduzido gradativamente para R$ 25 milhões neste segundo semestre. Para compensar os gastos das empresas, então, o município optou por repassar para os usuários a correção da inflação.

"Nós estamos há dois anos e meio praticamente com o mesmo preço e, nesse período, todos os indicadores inflacionários de custo do sistema tiveram aumentos em torno de 18% a 20%. Não tem almoço grátis, alguém tem que pagar a conta. Então não dá para ficar indefinidamente aumentando o subsídio sem ter impacto pelo próprio usuário ", disse durante anúncio das mudanças na sede da Empresa de Desenvolvimento de Campinas (Emdec).

Troca de estratégia
Assim como em várias cidades brasileiras, o transporte público foi tema de manifestações em Campinas no ano passado. Depois que os protestos começaram a surgir na capital paulista, o prefeito Jonas Donizette (PSB) diminuiu duas vezes o valor da tarifa na cidade - inicialmente de R$ 3,30 para R$ 3,20 e, na véspera do maior protesto no município, 19 de junho, o chefe do Executivo aumentou o valor do subsídio e reduziu mais R$ 0,20 no preço da passagem, para beneficiar os passageiros. Essa será a primeira alteração desde então e, desta vez, com o movimento contrário ao ocorrido à época, já que o município preferiu aliviar o montante empregado pela própria Prefeitura no setor e aumentar o valor final que chega ao usuário.

"A hora que nós fazemos isso [de reduzir o repasse às empresas], eu estou dizendo para o prefeito que o transporte vai tirar menos dinheiro do cofre público agora. Então, é evidente que vai sobrar mais recursos para outras áreas vitais da Prefeitura", justificou o presidente da Emdec.

Com o reajuste, o Passe Escolar passa de R$ 1,20 para R$ 1,32 e o chamada Linhão da Saúde (linha 5.02) mudará de R$ 2,00 para R$ 2,20 no pagamento com Bilhete Único e de R$ 3 para R$ 3,30 no pagamento em dinheiro. O Passe Escolar para esta linha sobe de R$ 0,80 para R$ 0,88. Os usuários que comprarem a passagem até as 23h59 de quinta-feira ainda pagam os valores anteriores ao aumento.

Fim do dinheiro nos ônibus
Além da mudança na tarifa, a Emdec anunciou que, a partir de 1º de outubro, vai retirar as cédulas e moedas de circulação no transporte público local. O secretário explicou que a decisão visa reduzir a incidência de assaltos nos coletivos e, para isso, serão feitas parcerias com comércios e unidades de serviço público, como rodoviária e aeroporto, para que eles comercializem os cartões de viagem individuais.

Serão duas opções de passe: um cartão para apenas uma viagem e outro para duas viagens com possibilidade de recarga. O usuário pagará, além dos R$ 3,30 da tarifa, um valor de R$ 2 pelo custo do cartão magnético. Esta cobrança do cartão poderá ser reembolsada em postos da Emdec, a partir da devolução do tíquete.

Na prática, então, um usuário que não tenha o Bilhete Único e queira usar o serviço de transporte para uma única viagem terá que pagar R$ 5,30 (R$3,30 da tarifa + R$ 2 do cartão magnético). Neste caso, o cartão não poderá ser recarregado mais de uma vez e haverá o reembolso dos R$ 2 mediante devolução do cartão Para fazer duas viagens, o usuário paga R$ 8,60 (R$ 6,60 por viagem + R$ 2 do cartão), podendo escolher permanecer com o tíquete para fazer outras recargas de até duas viagens, ou devolvê-lo e também ser reembolsado.

O secretário informou que atualmente 19% dos usuários do transporte público de Campinas pagam o serviço em dinheiro ou moeda. A intenção, com a mudança, é reduzir o percentual, mas de acordo com ele, em casos extremos o dinheiro ainda será aceito.

Fim dos cobradores
Com o fim do dinheiro nos ônibus, a função de cobrador será extinta, segundo o secretário de Transportes, o que afetará diretamente 1.350 profissionais que exercem atualmente esta função. Barreiro afirmou que as empresas se comprometeram a oferecer cursos de capacitação para todos eles e realocá-los em outros ofícios para evitar a demissão.

Mudanças no Bilhete Único
Para incentivar a população a utilizar o Bilhete Único, o município também fará, a partir de 1º de outubro, duas mudanças no serviço. A primeira delas é o que a Emdec chama de "Carregamento negativo", que permite que o usuário do bilhete faça até duas viagens mesmo sem ter crédito no cartão. O valor negativo será compensado quando for efetuada nova recarga.

A segunda mudança é em relação à primeira carga no Bilhete Único. Atualmente, após receber o cartão, o dono do documento deve obrigatoriamente colocar duas passagens de crédito, ou seja, R$ 6,60 considerando a nova tarifa. A partir de outubro, no entanto, a obrigatoriedade será de uma única viagem, ou seja, R$ 3,30.

Desconto para universitários
A Prefeitura também elaborou um projeto de lei que será apresentado à Câmara de Vereadores no retorno do recesso dos parlamentares para estender o benefício do desconto na tarifa de ônibus para estudantes universitários. Atualmente, apenas alunos do ensino fundamental e médio têm desconto de 60% na passagem. A proposta do município é oferecer aos estudantes de ensino superior uma redução de 50%. Para isso, no entanto, o projeto precisa ser aprovado no Legislativo que, atualmente, é composto em sua maioria por vereadores apoiadores do prefeito Jonas Donizette (PSB).

"Esse é um benefício que está sendo concedido pelo poder público municipal em função de uma conquista histórica dos estudantes secundaristas. Eles têm feito há muito tempo, cerca de 20 anos, esta reivindicação, e agora achamos que é o momento de fazer isso", disse Barreiro.

Fonte: G1 Campinas e Região

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