segunda-feira, 12 de março de 2012

Câmara de Campinas gasta R$ 285,7 mil com painel fantasma

A Câmara de Vereadores de Campinas gastou R$ 285,7 mil na compra de equipamentos, treinamento de pessoal e desenvolvimento para um painel eletrônico de votação. O problema é que, nas quatro licitações realizadas, nenhuma contemplava justamente o mais importante: o painel.

Segundo o site do TCE-SP (Tribunal de Contas de São Paulo), as compras foram realizadas na modalidade convite em outubro do ano passado, quando o Legislativo campineiro era comandado pelo então vereador Pedro Serafim (PDT), hoje prefeito interino e candidato ao cargo no mandato-tampão.

No dia 20 de outubro, a Câmara contratou, por R$ 58 mil, a empresa ML Participações e Negócios Ltda. para serviços de criação e desenvolvimento de projeto do sistema de votação eletrônica. 

Neste mesmo dia, a empresa System Way Ltda. ganhou a carta convite para fornecer equipamentos para o painel. O valor pago: R$ 79,8 mil. Quatro dias depois, a empresa Softmed Informática e Sistemas Ltda. foi escolhida para desenvolvimento e instalação do sistema de votação, além do treinamento, por R$ 147,99.

Até hoje a Câmara não comprou a máquina. Em 2009, chegou a cogitar usar um painel antigo da Assembleia, que estava desativado, o que foi descartado em razão das dimensões. Ontem, a Câmara anunciou que finalmente abrirá licitação para adquirir o painel.

Envolvidos negam
O coordenador de Compras da Câmara, Carlos Eduardo Guida Gaspar, disse que a Câmara irá lançar a licitação para a compra do painel nas próximas semanas. Ele negou que a decisão tenha sido tomada ontem, após o questionamento feito pelo Metro.

Segundo ele, a compra fracionada e o treinamento de pessoal antecipado irão reduzir o custo inicial do painel. "Chegamos a um valor de R$ 1,2 milhão. O presidente achou caro. Acreditamos que iremos gastar cerca de R$ 400 mil", afirma. Gaspar disse que tem dois orçamentos sobre o painel: um de R$ 188 mil e outro de R$ 320 mil. 

Para lançar o processo licitatório, necessita ter um terceiro valor. Quanto ao treinamento dado a funcionários sobre um produto que sequer foi comprado, o coordenador de compra disse que o curso foi dado em um equipamento semelhante ao que será comprado pelo Legislativo campineiro. "Além disso, a empresa vai operar o sistema por três meses", disse ele.

Do Metro

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