quarta-feira, 22 de junho de 2011

Alunos já foram a outras manifestações pró-Hélio

A informação é dos próprios alunos, que aproveitam a oportunidade para sair do bairro e passear


O “passeio” de cerca de 20 alunos de sétima e oitava séries da Escola Estadual Hugo Penteado Teixeira, do Parque Floresta 3, na região Sudoeste de Campinas, para apoiar o prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) durante a sessão na Câmara Municipal que podia determinar seu afastamento na última semana, não foi o primeiro organizado na escola. No ano passado, um grupo de alunos viajou a São Paulo para uma manifestação de apoio a professores.

A informação é dos próprios alunos, que aproveitam a oportunidade para sair do bairro e passear — coisas que dizem não ter oportunidade para fazer. A maioria vai para fazer “zoeira”, como eles mesmo afirmam, e dizem que muitos não fazem ideia do que participariam nesses passeios.


Na manhã desta terça-feira (21), a reportagem conversou com um grupo de cinco estudantes, sendo que um deles esteve com o grupo de adolescentes levados para protestar na Câmara. O estudante contou que foi escolhido pela professora de matemática identificada apenas pelo nome de Valéria para ir participar de um protesto.  No caminho da Câmara, o jovem conta que foi “orientado”, junto com os outros estudantes, pela professora, a apoiar Hélio. Ela afirmou que havia acusações contra o prefeito, mas que ele não sabia de nada, era inocente e deveria, por isso, continuar no cargo. “Ele não sabia que a mulher roubava. Por isso ele tem que continuar como prefeito”, afirmou o menino de 14 anos, que não quis se identificar.

Festa



O garoto informou que no ônibus foram entregues faixas para que eles segurassem em frente à Câmara Municipal. “A gente ficou lá para ajudar. O prefeito não sabia que as coisas erradas estavam acontecendo”, insistiu o menino que, com receio, não quis falar mais sobre o assunto e resolveu ir embora.  Uma aluna da 7ª série, de 13 anos, disse que esta semana o grupo de alunos que participou da manifestação pediu para que a professora mostrasse os jornais com as fotos dos alunos no local, porém o pedido foi negado. “Todo mundo cercou ela no início da aula para pedir o jornal. Queríamos ver a nossa foto, se tinha saído. Mas ela disse que não tinha nada e trancou o jornal em um armário. Parecia que estava escondendo.”  Outra aluna de 15 anos afirmou que esteve em uma manifestação no ano passado e que no ônibus foi perguntado o motivo pelo qual estavam viajando e nenhum aluno soube responder. “Os estudantes vão para brincar, porque é festa, ninguém tem noção da gravidade das coisas. Eles são induzidos a irem e fazem a bagunça. O legal é o passeio, não importa para onde.”

Luciana Felix - Agência Anhangüera de Notícias

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário.