terça-feira, 19 de abril de 2011

Estado pede reintegração de posse de fazenda invadida

Cerca de 250 famílias do MST continuam em fazenda do Instituto Florestal. Ocupação do local é pacífica.

A Procuradoria do Estado de São Paulo entrou com ação de reintegração de posse na Justiça, com pedido de liminar, para retirar os 250 invasores do Movimento Sem-Terra (MST) que desde sábado ocupam a Estação Experimental de Itapetininga, com 15 mil hectares. A área de proteção ambiental, administrada pelo Instituto Florestal, órgão da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, abriga viveiros e bancos de sementes de espécies nativas, além de florestas de pinus com extração de resina. Os 120 funcionários não puderam ter acesso aos postos de trabalho. No local há tanques com produtos tóxicos usados no tratamento de madeira. O MST quer a destinação das terras para a reforma agrária.

Paulo Soares, um dos representantes do grupo de invasores, afirma que eles ficarão no local até que uma audiência com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) seja marcada, quando esperam negociar a desapropriação da área. O grupo invadiu a fazenda de 15 mil hectares, de propriedade do Governo do Estado, por volta das 6h do último sábado e já levantaram 30 barracos no local. A Estação Experimental do Instituto Florestal, localizada na estrada do bairro Chapadinha, tem material químico dentro de um barracão, localizado exatamente na área invadida pelo MST, o que despertou a preocupação da Polícia Florestal. Os integrantes foram orientados a não mexer com o material, pois as pessoas e a terra poderiam ser contaminadas, caso a resina vazasse. "Essa é uma de nossas preocupações, pois muitos trabalhadores manuseiam esse material, correndo o risco de ser contaminados", afirma Soares.

No local encontram-se cerca de 250 pessoas, entre elas crianças e idosos, vindas de cidades como Campinas, Ribeirão Preto, Itapeva, Sorocaba e da grande São Paulo. No local utilizado para levantar os barracos, feitos com pedaços de plástico preto e madeira, não havia nenhuma cobertura, ficando debaixo do forte sol que está fazendo nos últimos dias. Para fazer sua higiene pessoal e conseguir água, os componentes do grupo do MST recorreram a uma casa, localizada a 500 metros do local, que funcionava como o escritório da Estação Experimental.

De acordo com o representante do grupo, a unidade do Instituto Florestal em Itapetininga estava sendo utilizada irregularmente por empresas madeireiras, ao fazer a extração do eucalipto, sendo um dos motivos da invasão. "Aqui daria para assentar mais de mil famílias, por isso queremos a desapropriação", completa Soares. O representante do grupo em Itapetininga afirma que não sairão do local até que o governador de São Paulo discuta com o movimento a reforma agrária, que segundo ele, encontra-se "paralisada".

Segundo o chefe de Comunicação Social do 22º BPMI de Itapetininga, capitão Gomes Júnior, a invasão dos integrantes do MST foi pacífica, não havendo conflitos com as autoridades policiais da cidade. A área ocupada pelo grupo compreende quatro hectares da fazenda e a Polícia Militar (PM) está mantendo uma viatura para fazer o policiamento do local, conforme informações do capitão. (Com Agência Estado)

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