quinta-feira, 17 de junho de 2010

Estudantes reclamam de bloqueio do portão principal da USP

Fernanda Nogueira

Funcionários que estão em greve fecharam o portão principal do campus da Universidade de São Paulo, no Butantã, na capital, na manhã desta quinta-feira (17). Estudantes e trabalhadores estão proibidos de usar essa entrada e são obrigados a caminhar para outros acessos. Houve discussões entre pessoas que tentavam passar pelo bloqueio e os grevistas.

Um estudante tentou passar pelo bloqueio do portão principal e foi empurrado pelos manifestantes. Trabalhadores em greve e estudantes que apóiam a categoria acabaram discutindo com o rapaz e impedindo sua passagem. "Fiz questão de tentar entrar porque estudo e trabalho dentro da unidade e acho um absurdo que a entrada fique bloqueada", disse ele, que pediu para não ser identificado.

Uma estudante de medicina estava desesperada porque tinha que apresentar um trabalho. "O que eu tenho a ver com essa greve? Não sei nem o que eles estão pedindo", questionava Julia Rodrigues, de 18 anos. Ela estava acompanhada de suas colegas, que também faziam questão de entrar para assistir à aula.

Caio Poletti, de 24 anos, que está no último ano de educação física, também tentou passar pelo portão principal. "Essa é uma minoria da universidade. Estão prejudicando muita gente. Preciso fazer uma coleta no laboratório e não vai dar tempo", disse ele, que teria que caminhar até outro portão para entrar na universidade.

Os funcionários reivindicam um aumento salarial de 6%, como concedido aos professores em fevereiro, além dos 6,57% concedidos a todos os servidores das universidades. Os trabalhadores da USP estão em greve desde 5 de maio. Unicamp e Unesp aderiram ao movimento em 12 de maio.

Os grevistas dizem que bloquearam o portão principal da unidade em protesto contra o corte de salário de funcionários de São Paulo e de Ribeirão Preto (SP). De acordo com os organizadores da manifestação desta quinta, 1.600 trabalhadores não receberam pagamento referente aos dias parados.

A assessoria de imprensa da USP informou que a maioria das atividades dentro da unidade estão ocorrendo normalmente, apesar do protesto. Mesmo assim, estudantes que forem prejudicados e não conseguirem fazer provas ou entregar trabalhos poderão negociar diretamente com professores e com as unidades de ensino. A assessoria não fez comentários sobre o bloqueio.

Um policial militar disse ao G1 que os portões 2 e 3 do campus permanecem abertos para pedestres e veículos. Quem está a pé também pode utilizar o portão da Fepasa.

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