quarta-feira, 9 de junho de 2010

Começa campanha salarial dos bancários

Escrito por Bancários de SP

08/06/2010

Juvandia Moreira, primeira mulher a presidir o Sindicato, estará à frente nas negociações em SP



Os bancários de São Paulo, Osasco e região começam a ser ouvidos em consulta que definirá as prioridades da categoria, que tem data-base em 1º de setembro, para a Campanha Nacional 2010. O levantamento é o primeiro passo da campanha e inclui itens como remuneração e verbas salariais, levando-se em conta uma inflação projetada de 5,04%; cláusulas sociais; saúde, condições de trabalho e segurança; emprego; formas de mobilização. As prioridades apontadas pelos bancários serão levadas aos encontros estadual e nacional, no mês de julho, e servirão de base para as discussões e definição da pauta final de reivindicações a ser entregue à federação dos bancos (Fenaban). A consulta começa nesta terça-feira (8) e se estende até 24 de junho, pelo site do Sindicato www.spbancarios.com.br e diretamente nos departamentos e nas agências bancárias em versão impressa.

“Os bancários não irão abrir mão de aumento real de salários pelo sétimo ano consecutivo e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) maior, visto que os cinco maiores bancos no país somaram juntos R$ 9,5 bilhões de lucro no primeiro trimestre e divulgaram que irão ampliar ainda mais a oferta de crédito. O cenário tem de ser positivo também para os trabalhadores”, disse Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. Ela ressalta que saúde e segurança não ficarão de fora das reivindicações e que inclusive já estão sendo discutidas previamente com a Fenaban, bem como a defesa do emprego.

As reivindicações em torno de quatro grupos temáticos – saúde e condições de trabalho; segurança; terceirização; igualdade de oportunidade – já estão em discussão em mesas de negociação entre bancários e a Fenaban, conforme conquistado na campanha anterior e que continuarão em debate na deste ano.

Dados da categoria – Os bancários são uma das poucas categorias no país que possuem Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) com validade nacional. Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. A categoria conta com 460 mil bancários no país, sendo 130 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Uma mulher na presidência do Sindicato
O Sindicato tem novo presidente, ou melhor, presidenta. Juvandia Moreira, bancária do Bradesco, assume a condução da entidade e ajuda a escrever mais um capítulo da história de vanguarda no movimento sindical, ao se tornar a primeira mulher a chegar à presidência do maior sindicato dos bancários do Brasil. Em cerimônia realizada no dia 28 de maio, Luiz Cláudio Marcolino, que ficou à frente da entidade por seis anos, transmitiu o cargo a Juvandia. A presidenta do Sindicato é formada em Direito e pós-graduada em Relações Internacionais. Em 1997 ingressou no Sindicato, foi diretora de Assuntos Jurídicos, de Organização e nos últimos seis anos esteve à frente da Secretaria Geral da entidade. “Às vésperas de mais uma campanha salarial o Sindicato já começa a mobilizar a categoria para garantir a concretização de reivindicações permanentes e novas necessidades”, destaca Juvandia.

Confira o que está sendo discutido em cada mesa temática

Segurança – A terceira rodada de negociação está programada para 17 de junho. Estão sendo discutidas medidas reparatórias em decorrência de assaltos, sequestros e extorsões, dentre elas a necessidade de acompanhamento médico psicológico aos bancários em caso de pós-assalto.

Saúde e Condições de Trabalho – Combate ao assédio moral e às metas abusivas fazem parte das reivindicações permanentes dos bancários. O Sindicato está promovendo a campanha “Menos metas, mais saúde” nas agências e departamento administrativos dos bancos. A categoria figura entre as que mais têm trabalhadores afastados por doenças por esforços repetitivos e problemas mentais, como stress pós-traumático, síndrome do pânico e depressão. Ainda não está definida a data da próxima rodada de negociação. Os bancários defendem mudança na gestão os bancos em relação às metas, a criação de um curso – com a participação do Sindicato desde sua concepção até sua aplicação –, que aborde a questão do assédio moral para gestores e demais trabalhadores, além da implementação de um canal de apuração de denúncias sobre o assédio moral.

Terceirização – O combate às terceirizações bem como sua reversão é luta constante da categoria. Os representantes dos trabalhadores buscam cada vez mais estender os mesmos direitos dos bancários, como jornada e verbas salariais, a todos aqueles que fazem serviço bancário. Entre as áreas nas quais a terceirização nos bancos é mais frequente destacam-se tele-atendimento, análise de crédito e serviço de retaguarda das agências – como compensação de cheques. A quarta e próxima negociação deverá ser realizada ainda este mês, com o objetivo de discutir parâmetros para reverter a terceirização em algumas atividades. A federação dos bancos se prontificou em sondar junto aos bancos em quais áreas seria possível discutir o assunto.

Igualdade de oportunidades – Debates sobre igualdade de oportunidade para trabalhadores independente de gênero, raça, orientação sexual e para pessoas com deficiência, bem como a ascensão profissional dessas pessoas estão em discussão nesta mesa temática. Vale lembrar que a categoria bancária foi a primeira a conquistar a cláusula de igualdade de oportunidades em convenção coletiva, no ano 2000. Na última rodada, os representantes dos trabalhadores garantiram o acompanhamento periódico no âmbito dessa mesa sobre políticas a serem implementadas, assim como acesso a dados estatísticos desses trabalhadores nos bancos. A próxima rodada está marcada para 23 de junho.

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