quinta-feira, 26 de novembro de 2009

De posto de passagem a ponto de distribuição

Correio Braziliense
Samanta Sallum

Porto Alegre e Curitiba — Em relação ao crack, o Brasil deixou de ser considerado país de passagem para se tornar entreposto de transformação e distribuição. Para o traficante de crack, onde houver pessoas haverá consumo, seja no meio urbano ou rural. É pelas fronteiras com o Paraguai e com o estado de Mato Grosso que a droga chega ao Paraná. Vem pelas cidades de Foz do Iguaçu e Guaíra. O Paraná é passagem para a rota do crack no Brasil, que segue rumo a São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. O entorpecente é o segundo mais apreendido no estado nos últimos dois anos, perdendo apenas para a maconha. Foram recolhidos 333kg de crack no período pela Polícia Civil em todo o estado. “Precisamos muito da parceria com a Polícia Federal porque ela que tem de fazer a fiscalização na fronteira”, explica o delegado Renato Bastos, da Divisão de Narcóticos (Denarc), em Curitiba.
“O tráfico de drogas não existe sem corrupção, em todas as instâncias, desde a omissão de locais de plantio nos países vizinhos do Brasil até a fraude de furto e roubo de cargas de substâncias precursoras para o refino da cocaína. Uma de nossas vulnerabilidades é a extensão de fronteira seca, facilitador do fluxo constante e permanente do tráfico de armas e de drogas que abastecem as diversas facções criminosas do Brasil”, diz o major Edison Rangel, presidente do Conselho Estadual de Entorpecentes do Rio Grande do Sul.
A pasta da cocaína entra pela fronteira e se transforma em crack no estado, em laboratórios caseiros. A entrada ocorre por qualquer região dos países da tríplice fronteira, via rodoviária, balsa ou barco. “Enfim, por onde houver precária fiscalização ou monitoramento das facções criminosas de autoridades corruptas”, denuncia o major.

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