quarta-feira, 9 de março de 2016

Audiência pública debate o futuro da Vila Soma





Desde que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, suspendeu a reintegração de posse da área ocupada pela Vila Soma, em Sumaré, em 13 de janeiro, as 2,7 mil famílias que vivem no local enfrentam um misto de tranquilidade temporária com a busca por uma solução definitiva. À espera do julgamento da ação cautelar ajuizada pela Defensoria Pública estadual, pedindo a suspensão da reintegração, os ocupantes participam nesta quarta-feira de uma audiência pública promovida pela Frente Parlamentar pela Habitação e Reforma Urbana da Assembleia Legislativa na Câmara Municipal de Sumaré, a partir das 14h.

Com a participação do músico Tico Santa Cruz, que participará de uma atividade na quadra da ocupação, às 20h, a audiência promete reavivar as discussões e tem a presença confirmada dos coordenadores do Núcleo de Habitação e Urbanismo da Defensoria Pública, Mariana Craveiro e Rafael de Paula, e de representante da Secretaria da Habitação do Estado. Também estarão presentes Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimento Populares, e Willian Souza, integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MTST) e um dos coordenadores da ocupação. O Ministério Público de Sumaré afirmou que não terá presença na audiência e a Prefeitura e a Câmara Municipal não confirmaram se enviarão algum representante. Como o plenário tem capacidade para acomodar 80 pessoas, está prevista a instalação de um telão no estacionamento do prédio para quem não conseguir entrar.

A frente parlamentar tem como objetivo dialogar sobre as dificuldades dos moradores e encontrar alternativas para manter as famílias na área até a construção de moradias em local definitivo. Criada em 6 de abril do ano passado, a frente é composta por quatro deputados do PT e um do PSC, além de outros 27 membros apoiadores. “Precisamos de uma solução definitiva”, justificou a deputada Márcia Lia (PT), coordenadora da frente que acompanha o caso da Vila Soma desde outubro.

Segundo a deputada, há um terreno comprado para a construção de unidades habitacionais, um processo em andamento na Caixa Econômica Federal, com apoio da Secretaria Estadual de Habitação, e um projeto em fase de finalização, mas as famílias encontram resistência do poder público municipal. “Vamos apresentar dados importantes para os deputados, que infringem os direitos humanos, apresentar a deficiência dos serviços básicos e a demanda por vagas em escolas”, frisou Willian Souza. Para ele, a participação de Tico Santa Cruz nos eventos é de extrema importância. “O Tico tem sido um grande representante da periferias do Brasil e um grande porta-voz artístico que tem tratado temas polêmicos”, ressaltou. 

Fonte: Correio Popular


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