sexta-feira, 31 de maio de 2013

'Parei, elas não', diz coordenador que dava carona em programa antifumo


No Dia Mundial Sem Tabaco, campineiros comemoram vida longe do vício. 

Para abandonar o cigarro, recorreram a tratamentos e ajuda familiar.
O acaso bateu à porta do coordenador de recursos humanos José Pedro de Oliveira Júnior.  Já perto dos 50 anos, nunca havia pensado em parar de fumar. A entrada para o grupo que combate o fumo em um Posto de Saúde de Campinas (SP) ocorreu por uma carona que dava às vizinhas. Nesta sexta-feira (31), Dia Mundial Sem Tabaco, ele e outros ex-dependentes da nicotina comemoram uma vida longe do cigarro.

“Elas queriam parar e eu as levava para o tratamento. Um dia resolvi estacionar para ouvir. Ai o pessoal foi me levando em banho-maria até a hora em que precisei definir uma data para largar. Hoje estou sem fumar há um ano e meio e as vizinhas que eu levava voltaram. Eu tinha até uma carteira com um cigarro, caso tivesse uma recaída. Estes dias a encontrei. Vou dar para elas”

Após 30 anos tendo a companhia do cigarro, Pedro Júnior agora "refaz a vida", como gosta de dizer. Engordou 10 quilos, é verdade, mas vê ganhos na saúde e em breve entrará para a academia. Ele pede uma maior divulgação dos programas. "Eu não sou de usar o postinho, nunca saberia que existe o programa. Se não fosse elas, estaria fumando.

A dona de casa  Maria Célia Rodrigues também fumou por três décadas Eram dois maços diários, um até durante a madrugada. “Criei o hábito quando meus filhos eram adolescentes. Ficava acordada esperando e passei a fumar. Depois, eles cresceram, se mudaram, e ainda assim mantive o hábito. Acordava toda a noite. Resolvi parar quando minha neta ia nascer. Me informei sobre os males que poderia causar a ela e vi que era a hora”, diz Maria Célia. Hoje, a pequena Maria Clara serve de “fiscal” para que não haja uma recaída. “O fantasma sempre existe, fumante é igual qualquer outro dependente”.

Maria Célia Rodrigues: chegada da neta a fez largar o vício do cigarro (Foto: Bernardo Medeiros/G1) 
Maria Célia Rodrigues: chegada da neta a fez largar o vício do cigarro (Foto: Bernardo Medeiros/G1)
‘Seo’ Manoel sustentou o vício por quatro décadas. Quando a saúde começou a dar sinais de fraqueza, há dois anos e meio, procurou ajuda. Agora, mesmo longe do vício, faz questão de acompanhar os encontros semanais. “Gosto do testemunho das pessoas. E também de passar a minha experiência. Antes não conseguia ir até na esquina caminhando. Hoje ando até a cidade, que é bem longe”, se orgulha o aposentado.

Decisão pessoal
Coordenador do Programa Municipal de Tabagismo, Mário Becker lembra que, embora importantes, fatores externos não garantem uma vida longe do cigarro.
“Pode ajudar, sentir um motivo, mas ninguém para de fumar por terceiros. Por isso que no programa é a pessoa que marca a data que irá parar. Em média demora um mês para entender tudo e iniciar o processo”, relata o médico, que diz ainda sobre o poder da nicotina. “É mais difícil de parar do que comparado à cocaína, maconha e álcool. Mas, com força de vontade, acompanhamento médico, é possível”.

Fonte: Do G1 Campinas e Região

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