quarta-feira, 17 de novembro de 2010

"Operação Deserto" da Polícia Federal prende 4 em Campinas

Organização é especializada no tráfico internacional de drogas
17/11/2010
A Polícia Federal prendeu quatro pessoas (três homens e uma mulher) em Campinas durante operação em quatro estados na manhã desta quarta-feira (17). A Operação "Deserto" desmontou uma organização criminosa formada por brasileiros, colombianos, bolivianos e europeus, baseada na capital de São Paulo, especializada no tráfico internacional de entorpecentes. Ainda não há mais informações sobre o envolvimento das pessoas presas de Campinas no caso, somente que todos eram autônomos e moravam no bairro Taquaral.
Após um ano e meio de investigações, que contou com a participação de países da América do Sul e Europa, a PF cumpriu 50 mandados de prisão temporária, com prazo inicial de 30 dias, e mais 38 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Durante o período investigativo de 18 meses, foram presas 21 pessoas em flagrante e apreendidos 33 veículos, 2,355 toneladas de cocaína, grande quantidade de produtos químicos e maquinários destinados à preparação e adulteração de drogas, armas e munições, incluindo armamento bélico (dez granadas anti-tanque), uma aeronave avaliada em R$ 250 mil e cerca de R$ 500 mil.
A atividade da organização criminosa envolvia desde a internação no Brasil da cocaína proveniente da Bolívia até sua remessa para a Europa e África, e contava, ainda, com a distribuição em menor escala da droga no mercado interno do tráfico.
A Polícia Federal identificou a existência de quatro células que, de maneira permanente e coordenada, articulavam-se na tentativa de garantir o sucesso das atividades. A primeira célula é formada pelos fornecedores da cocaína na Bolívia, local de armazenamento até que houvesse a remessa para o Brasil. Dois irmãos colombianos residentes em Santa Cruz de La Sierra atuavam intensamente nessa fase.
A segunda célula é constituída pelos compradores da droga, traficantes brasileiros e estrangeiros, com atuação concentrada nos grandes centros, especialmente na cidade de São Paulo.
A terceira célula coordenava os negócios do grupo no Brasil e tinha como gerente o investigado que, sob o pretexto de atuar como advogado e assessor parlamentar na região de São José do Rio Preto, funcionava, na verdade, como homem de confiança dos irmãos colombianos que chefiam o grupo.
A quarta e última célula é integrada pelos intermediários, uma rede de colaboradores, componentes da engrenagem necessária para que o ciclo do narcotráfico internacional pudesse ser completado, o que envolvia o transporte aéreo e terrestre da cocaína e a guarda do entorpecente antes da entrega a compradores.
Os presos serão indiciados, de acordo com suas participações, pelos crimes de tráfico internacional de cocaína, precursores químicos e maquinários destinados à preparação e adulteração da droga, associação para o tráfico, financiamento do crime de tráfico e tráfico internacional de arma de fogo de uso restrito.

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